Parceira com chef dá impulso a mercado de arroz especial
Até 2020, o Carrefour pretende dobrar a participação de orgânicos no total de produtos frescos vendidos em suas gôndolas no Brasil. Essa é uma das metas do movimento global da rede francesa Act For Food, lançado aqui neste ano. A estratégia envolve iniciativas para ampliar o acesso a alimentos saudáveis e sustentáveis, como, por exemplo, estabelecer novas parcerias com produtores locais.
A ação está em linha com a crescente demanda de consumidores por alimentos saudáveis, que também tem levado gigantes como Pepsico, Unilever, Coca-Cola, Ambev e Nestlé a reverem suas estratégias.
Segundo o Organics (Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável), o mercado de orgânicos no país cresce 20% ao ano e pode atingir R$ 4,2 bilhões em 2018.
“Muito se compra em feirinhas. É um mercado que tem Filho e neto de agricultores, Francisco Ruzene, o Chicão, decidiu abandonar o tradicional plantio de arroz agulhinha, o mais consumido do país, para apostar no desconhecido arroz negro. Foi a saída encontrada pelo empresário de Pindamonhagaba, no Vale do Paraíba (SP), para enfrentar a concorrência da produção em grande escala e a custo baixo no Sul do país.
A mudança veio em 2005 a partir de um projeto do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) para desenvolver arrozes especiais na região. Depois de ouvir de empresas que era preciso fazer estudo de mercado para lançar o produto e quase perder 80 toneladas de produção, Chicão decidiu criar sua marca, a Ruzene.
A virada começou em uma feira do setor de alimentos em 2006, quando as amostras do seu arroz foram parar nas mãos de Alex Atala, que introduziu o produto no cardápio do D.O.M e decidiu incentivar o negócio. A partir daí, outros restaurantes famosos passaram a comprar do agricultor.
“Conseguimos abrir o mercado de arroz especial no Brasil”, diz Chicão. Hoje, a Ruzene, que mantém um centro de pesquisa e desenvolvimento de arrozes especiais, comercializa 15 variedades do cereal. Os produtos estão em empórios, são envazados por marcas como Camil e já começam a ser vendidos nos EUA e Europa.