Metro Brasil (Belo Horizonte)

No Brasil, somente 1,5% da sucata é reciclada

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Apenas 1,5% da sucata ferrosa brasileira é reciclada enquanto em países europeus e nos Estados Unidos 95% do material passa pelo processo. Os dados são do levantamen­to mais recente feito pelo Sindinesfa (Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço).

De acordo com o professor do departamen­to de engenharia de produção da UnB (Universida­de de Brasília) Paulo Celso dos Reis, a reciclagem não é maior pela falta de infraestru­tura no país. “A cadeia de comércio é cara porque só tem empresas de reciclagem nas regiões Sudeste e Sul. Além do preço da sucata, você tem que pagar o frete para essas regiões e o processo da re- ciclagem”, explica.

A abundância do material está presente nos leilões de veículos promovido pelo Detran (Departamen­to de Trânsito) da capital federal, por exemplo. Dos carros anunciados na primeira venda pública deste ano, 90,6% eram sucatas; no segunda, 88,8%; na terceira, 84,1%; na quarta, 91,8 % e na última, 100%.

O professor ressalta que o reaproveit­amento traz um ganho ambiental significat­ivo porque a matéria-prima bruta gasta muita água e a reciclada não consome tanto, mas ainda há preconceit­o. “Apesar do ganho ambiental, as empresas ainda têm preconceit­o em usar material re- ciclado e preferem material bruto”, ressalta.

Gerador de empregos

O setor de comércio atacadista de sucatas metálicas conta com mais de 5 mil empresas no Brasil de pequeno e médio porte, além de gerar mais 42 mil empregos, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a).

No total, são cerca de 1,5 milhão de pessoas que vivem da coleta, transporte e comerciali­zação de sucatas. A maior parte, aproximada­mente 800 mil, são catadores.

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