O Dia

Operários decidem parar as obras do metrô e da Olimpíada.

Trabalhado­res da Construção Pesada decidem parar na próxima segunda-feira

- STEPHANIE TONDO stephanie.tondo@odia.com.br

As principais obras do Rio vão parar a partir de segunda-feira. Após meses de negociação salarial, os trabalhado­res do setor de Construção Pesada decidiram entrar em greve por tempo indetermin­ado até que se chegue a um acordo que atenda às reivindica­ções da categoria. Hoje será votado em assembleia como será a mobilizaçã­o nos canteiros, mas o plano é interrompe­r obras de grande porte, como a da Linha 4 do metrô, Engenhão, Parque Olímpico de Deodoro, Porto, Transolímp­ica entre outras.

Diretor do Sindicato dos Trabalhado­res nas Indústrias da Construção Pesada (SitraICP), Paulo César Mônico conta que a categoria reivindica aumento de 15%, mais cesta de R$ 450. “Fizemos algumas reuniões, mas as empresas só querem dar 7,13%, mais cesta de R$ 330 (atualmente é R$ 310). Os trabalhado­res rejeitaram. Fizemos uma última proposta de aumento entre 8,5% e 9%, além de cesta de R$ 350, mas os representa­ntes patronais não aceitaram”, explica.

EFEITOS DA LAVA JATO

Segundo o sindicalis­ta, os efeitos no mercado da Operação Lava Jato, que investiga os casos de corrupção na Petrobras, foram justificat­ivas das companhias para não subir o reajuste. “As empresas t êm que entender que o trabalhado­r não tem culpa”, diz Paulo César.

Atualmente, de acordo com o sindicato, os salários nesse setor variam de R$1.150,60 para servente, até R$ 2.085,60 para soldador. No caso de mestre de obras, os valores são negociados diretament­e com as empresas e construtor­as.

Procurado, o Sindicato Nacional da Indústria de Construção Pesada (Sinicon) informou que está ciente da greve, mas tentará manter as negociaçõe­s para chegar a acordo sem que haja necessidad­e de paralisaçã­o.

“Fomos notificado­s com antecedênc­ia pelos trabalhado­res de que haveria greve de segunda a quinta-feira. Mas o processo de negociação continua. Ainda temos hoje, sábado e domingo para tentar resolver essa situação. Estamos negociando há três meses e o ideal é evitar a greve, que não é boa para os dois lados”, disse Renilda Cavalcanti, diretora de Rela- ções Sindicais do Sinicon.

No entanto, para o diretor do SitraICP, que representa os trabalhado­res, as tentativas de negociação já foram esgotadas e as conversas acontecerã­o em estado de greve. “Vamos começar do zero, propondo novamente o aumento de 15%. Estamos abertos a conversar, mas não aceitaremo­s menos de 8,5%”, avisa.

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SEVERINO SILVA Trabalhado­res da Construção Civil fizeram fila ontem no quarteirão do sindicato para pedir cancelamen­to da contribuiç­ão de 2,7%

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