O jogo da sucessão no Rio
Aarte de jogar xadrez é milenar como a ciência política. No xadrez, a abertura é fundamental para mostrar ao oponente que você tem total conhecimento da teoria para dominar o meio do tabuleiro e levar o adversário ao xeque-mate. A ciência política tem os mesmos princípios. O momento de decisão de atacar o rival em seu território, mesmo quando está em vantagem, pode ser o golpe de misericórdia — ou levá-lo à derrota se não for bem planejado.
Na convenção do PMDB que escolheu o candidato Pedro Paulo para a sucessão de Eduardo Paes, o ataque aos adversários — Marcelo Crivella e Freixo — foi o tema de abertura do jogo da sucessão. Protagonizado pelo prefeito, ainda colocou o bispo Macedo como adversário coadjuvante do senador Crivella na corrida sucessória.
Eduardo partiu para o ataque aos seus principais adversários, Crivella (21%) e Freixo (9%), esquecendo que uma das leis do marketing político é a de quem bate não leva, segundo o marqueteiro Duda Mendonça.
As vantagens do Pedro Paulo e do Eduardo são evidentes, comparando com os outros candidatos. Eduardo, em oito anos à frente da prefeitura, tem o que mostrar em realizações. A Olimpíada já deixa legado de obras de infraestrutura que mudaram o Rio. Do Porto Maravilha a Deodoro. As imagens dos Jogos mostradas no programa eleitoral durante a campanha comprovam como o Rio mudou.
A saída do senador Romário (PSB) da sucessão tem a possibilidade de ampliar o leque de alianças do prefeito rumo ao segundo turno. O apoio de Romário testará a sua capacidade de transferência de voto, caso o PSB feche aliança com o PMDB.
Crivella está com um pé no segundo turno, com seus 21% de intenção de voto. Para a outra vaga, as estatísticas ainda não apresentam tendências consistentes para confirmar quem será o adversário, mas o PMDB, com a máquina do partido e da prefeitura e mais as realizações de Eduardo, depende só do desempenho da cúpula que cerca Pedro Paulo para que não se cometam erros estratégicos no jogo para dominar o tabuleiro.
Freixo, destacando-se entre os candidatos de esquerda, tem poucas chances de chegar ao segundo turno por falta de tempo de TV e de alianças com densidade eleitoral.
As peças já estão se movendo. Cabe a Eduardo não errar nos ataques pessoais.