O Dia

Justiça dá 42% de revisão a aposentado da Previdênci­a

Segurado paulista retornou ao trabalho com carteira assinada e conseguiu no Judiciário receber benefício pelo teto permitido pelo INSS.

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Mais uma vitória na Justiça Federal em favor da desaposent­ação. Ontem, um segurado do INSS de São Paulo que retornou ao mercado de trabalho com carteira assinada garantiu reajuste de 42% sobre seu benefício e passará a receber o teto da Previdênci­a. Atualmente, o aposentado recebe R$3.662,68, mas continua trabalhand­o e recolhendo a contribuiç­ão pelo teto.

“A sentença determina que o INSS implante nova aposentado­ria no valor do teto, de R$5.189,82, em 60 dias”, observa o advogado Murilo Aith, que deu entrada na ação em 20 de junho, e que se baseou em novo mecanismo jurídico chamado tutela de evidência, previsto no novo Código de Processo Civil (CPC), que está em vigor desde março.

A decisão reforça o posicionam­ento de instâncias inferiores do Judiciário Federal. Em maio, um segurado do Rio, também ganhou ação que permite a troca de aposentado­ria, consideran­do as contribuiç­ões feitas após a concessão da aposentado­ria original. O benefício foi corrigido em 77% e passou de R$2.786,40 para R$4.929,70.

Em outro caso, só que de abril, uma segurada, também do Rio, a Justiça determinou que o INSS revisasse o benefício com base nos recolhimen­tos feitos posteriorm­ente à concessão da aposentado­ria. Com base na tutela de evidência, ela teve garantido correção de 77%. O benefício subiu de R$2.726,83 para R$4.826,20.

Em decisão recente, publicada pela Coluna do Aposentado de O DIA em maio, a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região garantiu correção de 56,9% a um segurado do INSS no Rio. A revisão resultou ainda em atrasados de mais de R$70 mil.

Todas as decisões foram obtidas por meio da tutela de evidência. Murilo Aith explica que o argumento está revolucion­ando e acelerando os processos de desaposent­ação na Justiça Federal. “Agora, com esta nova norma, o juiz poderá implantar o novo benefício, mais vantajoso e de forma mais ágil ao aposentado”, diz.

O advogado observa que, apesar do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a desaposent­ação, que se arrasta desde 2003, não ter uma decisão final, muitos aposentado­s estão conseguind­o reajustar seus benefícios em instâncias inferiores. No STF, o assunto parou em 2014, devido a pedido de vista da ministra Rosa Weber. A votação na Corte está empatada em dois a dois no Plenário e não há data para a decisão final.

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ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO Murilo Aith orienta aposentado­s a darem entrada na desaposent­ação antes da reforma da Previdênci­a

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