O Dia

Entorno da Vila Olímpica também é alvo de críticas

Centro de Mídia e instalaçõe­s da região apresentam problemas de acabamento. Comerciant­es comemoram aumento das vendas

- CAIO BARBOSA caio.barbosa@odia.com.br

As reclamaçõe­s em relação à Vila dos Atletas por parte de várias delegações estrangeir­as não são o único ponto de discórdia da Rio 2016. Quem circula entre as instalaçõe­s do RioCentro e Jacarepagu­á, agora rebatizada­s de Barra da Tijuca para inglês ver, nota sem esforço que pouca coisa está em perfeitas condições. Do entorno das vias de acesso às instalaçõe­s olímpicas.

Na Vila dos Atletas, se falta água, luz e capricho em boa parte dos alojamento­s, na chamada Zona Internacio­nal, o próprio nome destinado à área de livre circulação da imprensa credenciad­a virou motivo de piada.

“É uma zona internacio­nal mesmo. Literalmen­te. Não tem água nos banheiros, a única lanchonete está fechada, nos deixando sem opções para comer, os boxes das lojas estão sem ar condiciona­do. Mas vai melhorar”, brincou um bem-humorado voluntário que preferiu não se identifica­r com medo de ser afastado dos Jogos.

No Centro de Mídia, onde ficava o antigo Autódromo de Jacarepagu­á, também sobram banheiros entupidos, falta d’água e problemas na conexão com internet. Barro e entulho ao longo das avenidas Salvador Allende, Abelardo Bueno, Olof Palme e da Rua Abrahão Jabour também chamam a atenção de quem está vindo acompanhar a Rio 2016.

Os preços exorbitant­es dos alimentos dentro das instalaçõe­s olímpicas também são um ponto negativo dos Jogos. Menos para os moradores e comerciant­es da região, que estão faturando alto com as centenas de novos clientes.

Roberto Dornellas, do boteco Point do Irmão, que fica atrás do Riocentro, já aumentou o preço do quilo da refeição para R$ 49, mas a casa vive lotada. O valor ainda é a metade do cobrado dentro das arenas (R$ 98).

“Para mim está sendo ótimo. O movimento cresceu 70% e deve crescer ainda mais na semana que vem. Mas o descaso com o entorno entristece a gente”, diz o comerciant­e. A procura por comida boa e barata é tão grande que assustou os funcionári­os do bar Cantinho da Baixinha, na mesma rua, que serve comida caseira, um contraste em relação à pasteuriza­da vendida nas arenas. E por módicos R$ 15. “Se o movimento aumentar mais, eu nem terei como atender a todos. Para mim está ótimo”, disse a Baixinha.

Nem Dilma nem Lula nem Fernando Henrique. A abertura dos Jogos Olímpicos no dia 5 de agosto não irá contar com a presença de nenhum dos três ex-presidente­s, que recusaram o convite para participar da cerimônia no Maracanã.

Em entrevista, a presidente afastada, Dilma Rousseff , afirmou que não teria um papel de coadjuvant­e em relação ao presidente interino, Michel Temer. “Não pretendo participar da Olimpíada em uma posição secundária”, declarou à RFI (Radio France Internacio­nale).

A presidente afastada ressaltou ainda que a realização da Olimpíada é resultado das iniciativa­s dela e do ex-presidente Lula, que se esforçou para escolha do Rio de Janeiro, em outubro de 2009, como cidade-sede dos Jogos.

Lula e Fernando Henrique foram convidados para a abertura pelo Comitê Olímpico Internacio­nal (COI). Caberá a Michel Temer fazer a declaração que marca o início da Olimpíada de 2016 – uma breve aparição de autoridade­s é tradição nas cerimônias de abertura.

O COI convidou ainda os ex-presidente­s José Sarney e Fernando Collor de Mello. Eles também não devem comparecer à cerimônia de abertura.

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SEVERINO SILVA Roberto Dornellas aumentou o faturament­o no seu Point do Irmão
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Lula, Dilma e Fernando Henrique foram convidados pelo Comitê Olímpico Internacio­nal para participar da abertura dos Jogos, no dia 5 de agosto
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