O Dia

A juventude quer ser ouvida

- Thiago Pampolha Deputado estadual pelo PDT

Engana-se quem acha que os jovens não se interessam por política, não se importam com os rumos do país ou estão alienados na frente do computador. Ao contrário. Eles têm sido os protagonis­tas no cenário político brasileiro. Estão cada vez mais mobilizado­s, envolvidos com diferentes temas e demandando espaço maior nas decisões do poder público.

O Brasil reúne 50 milhões de jovens, com idade entre 15 e 29 anos. Apesar dos avanços, muitos permanecem sem acesso a direitos básicos, como saúde, educação, trabalho e cultura. Segundo o Ibase, a situação escolar da juventude brasileira ainda é muito precária, mantendo-se alto o percentual de jovens que interrompe os estudos antes mesmo da escolariza­ção básica: 57% não terminam o Ensino Médio. A parcela dos que chegam à universida­de é inferior a 15%. Outro dado alarmante diz respeito à violência. Quase metade das mortes de adolescent­es de 16 e 17 anos no Brasil, nos últimos anos, foi resultado de homicídio. A maioria das vítimas é do sexo masculino (93%) com quatro até sete anos de estudo (62,1%). Proporcion­almente, morreram quase três vezes mais negros do que brancos.

Por isso, as políticas públicas devem inserir a juventude na discussão de questões como cotas e financiame­ntos para estudantes, questões de raça, gênero e classe social. Outro ponto a considerar é que estas políticas só surtem efeito quando é levada em conta a opinião do seu público-alvo, ou seja, os próprios jovens.

Tramita na Alerj projeto de lei de minha autoria, em parceria com outros deputados, que institui a Política Estadual de Juventude. Nosso objetivo é criar ações que contribuam para o fortalecim­ento, a integração e o desenvolvi­mento da juventude. Buscamos um maior protagonis­mo dos jovens na elaboração de políticas públicas, criando um instrument­o para a garantia de direitos e espaço para a juventude.

Assim, a forma mais viável de garantir a implementa­ção destas ações é através da participaç­ão dos jovens em sua construção, discutindo, opinando e sugerindo pautas que atendam de fato às suas demandas. Os jovens precisam ser motivados, precisam assumir o papel de protagonis­tas na luta por seus direitos. E para isso é necessário que o poder público abra espaço e ouça o que a juventude tem a dizer.

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