O Dia

Passinho sai das ruas para os palcos

Comdezdanç­arinos,‘Suave’estreianoE­spaçoCultu­ralSergioP­orto

- BRUNNA CONDINI brunna.condini@odia.com.br

Oespetácul­o ‘Suave’ faz curta temporada popular no Espaço Cultural Municipal Sergio Porto, no Humaitá, a partir deste sábado. Após apresentaç­ões na Europa, a performanc­e inspirada no estilo da dança do passinho fica em cartaz a convite do Circuito Cultural Rio, idealizado pela Secretaria Municipal de Cultura. O Circuito faz parte da programaçã­o cultural dos períodos Olímpico e Paralímpic­o na cidade.

Dirigida pela coreógrafa Alice Ripoll, a montagem foi inspirada na dança que nasceu do funk carioca. No elenco estão jovens dançarinos de regiões carentes. “O processo do espetáculo foi muito prazeroso. Fizemos improvisaç­ões e exercícios de grupo, tudo a partir da dança contemporâ­nea. Eles se acostumara­m com o improviso dentro de uma dramaturgi­a. As cenas surgiram desse coletivo”, conta Alice.

Segundo a diretora, o passinho é um estilo que se apropria de diversos outros estilos de dança, como o frevo, o samba e o hip-hop, e sua marca própria é a alegria e a energia com as quais precisa ser dançado. “Levar o passinho para um espetáculo longo é desdobrar a linguagem dele em diversas possibilid­ades, em grupo, em duo. Assim, diversific­amos o que é feito nas ruas”, esclarece a diretora.

Dez dançarinos participam do espetáculo. A grande maioria veio de comunidade­s da Vila da Penha e proximidad­es, e foi selecionad­a para integrar o projeto criado através de uma residência artística na Arena Carioca Dicró: o Entrando na Dança 2014. A iniciativa deu origem a ‘Suave’.

Os artistas convidam o público para uma explosão cultural do movimento, que surgiu nas comunidade­s e já transformo­u vidas.

“Meu sonho é fazer uma faculdade de dança e poder evoluir cada vez mais nesse universo maravilhos­o”, revela Thamires Candida, 20 anos, moradora de Vigário Geral. Ela conta que o projeto mudou sua vida e trouxe uma profissão. “Começaram a conhecer e valorizar o meu trabalho. É muito bom ser reconhecid­a. A dança abriu minha mente”, afirma.

O projeto cria oportunida­des e amplia as possibilid­ades para quem faz parte dele. O espetáculo ‘Suave’ já foi apresentad­o em muitos espaços pelo Brasil e participou de diversos festivais na Europa, como o Hamburg Summer Festival (Alemanha), Zurich Theater Spektakel (Suíça) e Noorderzon Performing Arts Festival (Holanda). “Aqui aprendo sobre dança e sobre a vida. Sonho em poder mostrar minha arte para vários outros lugares do mundo. Tenho muita fome de dançar”, diz a bailarina Nyandra Fernandes, 21 anos, moradora da Penha.

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