MAIOR DÉFICIT DA HISTÓRIA
A queda das receitas em meio ao crescimento de gastos obrigatórios fez o governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrar o maior déficit primário da história no primeiro semestre. De janeiro a junho, o resultado ficou negativo em R$32,521 bilhões.
O rombo é bem maior que o registrado no mesmo período de 2015 (R$ 1,76 bilhões). O déficit primário é o resultado negativo das contas do governo antes do pagamento dos juros da dívida pública. Apenas em junho, o Governo Central teve prejuízo de R$8,802 bilhões, resultado negativo para o mês pelo terceiro ano seguido e também o maior da história do país. Em junho do ano passado, as contas públicas estavam negativas em R$ 8,249 bilhões.
De acordo com o levantamento, os gastos com a Previdência Social subiram 5,4% além da inflação nos seis primeiros meses deste ano. As demais despesas obrigatórias do governo cresceram 1,5% acima da inflação. Os gastos discricionários (não obrigatórios), no entanto, caíram 5,8%, descontado a inflação pelo IPCA. As despesas de custeio (gasto com a manutenção da máquina pública) caíram 7,9%, de janeiro a junho.
Os investimentos — gastos com obras públicas e compra de equipamentos — somaram R$26,775 bilhões, recuo de 12,4% também considerando a inflação oficial. Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) totalizaram R$ 19,103 bilhões, queda de 12,7% descontada a inflação.