Chacina de Costa Barros tem policiais investigados.
Major gerenciaria empresa de segurança e pediu ajuda a batalhão para recuperar caminhão roubado em ação que resultou na morte de cinco jovens
Uma averiguação disciplinar da Polícia Militar concluiu que há indícios de crime militar por parte dos majores Moisés Sardem bergeEwerton Lucena. Eles seriam gerentes da empresa de segurança Sator, firma que tinha como cliente a Ambev, que, em novembro do ano passado, teve um caminhão de bebidas roubado em Costa Barros. De acordo com o Código Penal Militar, é crime oficial da ativa ter papel de gerência em uma empresa.
O processo administrativo relativo aos oficiais foi realizado após uma reportagem do DIA, publicada no dia 4 de dezembro passado, segundo boletim da corporação. A matéria‘ Major estaria por trás de açã oque matou jovens de Costa Barros’ trazia os bastidores que desencadearam a morte de cinco adolescentes no bairro, fuzilados por policiais militares n anoite do roubo do caminhãodaAmbev.
Sardemberg, que é sóciocotista da Sator, ao saber do roubo, fez contato viaWhatsApp comum capitão do Batalhão de Irajá, unidade responsável pelo policiamento na área, a qual enviou um grupo de policiais para recuperar o caminhão. No deslocamento, os agentes fizeram mais de cem disparos em um carro onde cinco jovens — que não tinham envolvimento no crime — estavam. O caso ficou conhecido como a “Chacina de Costa Barros”.
O oficial que recebeu a ligação de Sardemberg e que acionou a viatura não cometeu crime, concluiu a averiguação. Foi constatado que Sardemberg é sócio-cotista da empresa, com 33% das ações; sua esposa possui 34% e, o major Ewerton, outros 33%. Além disso, os majores desempenhariam a gerência da companhia e influência na corporação.
“A empresa tinha sucesso, sendo certo que o êxito daquelas atividades era facilitado, obviamente, em razão de informações privilegiadas e/ou possíveis influências que detinham por conta de suas ocupações funcionais”, diz a publicação da decisão.
O promotor Paulo Roberto Mello, da auditoria militar, disse que vai avaliar o caso para denunciar ou não à Justiça. A pena do crime prevista para o oficial que gerenciar empresa é a suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou reforma. Os oficiais citados não foram encontrados pela reportagem.