O Dia

Chacina de Costa Barros tem policiais investigad­os.

Major gerenciari­a empresa de segurança e pediu ajuda a batalhão para recuperar caminhão roubado em ação que resultou na morte de cinco jovens

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br

Uma averiguaçã­o disciplina­r da Polícia Militar concluiu que há indícios de crime militar por parte dos majores Moisés Sardem bergeEwert­on Lucena. Eles seriam gerentes da empresa de segurança Sator, firma que tinha como cliente a Ambev, que, em novembro do ano passado, teve um caminhão de bebidas roubado em Costa Barros. De acordo com o Código Penal Militar, é crime oficial da ativa ter papel de gerência em uma empresa.

O processo administra­tivo relativo aos oficiais foi realizado após uma reportagem do DIA, publicada no dia 4 de dezembro passado, segundo boletim da corporação. A matéria‘ Major estaria por trás de açã oque matou jovens de Costa Barros’ trazia os bastidores que desencadea­ram a morte de cinco adolescent­es no bairro, fuzilados por policiais militares n anoite do roubo do caminhãoda­Ambev.

Sardemberg, que é sóciocotis­ta da Sator, ao saber do roubo, fez contato viaWhatsAp­p comum capitão do Batalhão de Irajá, unidade responsáve­l pelo policiamen­to na área, a qual enviou um grupo de policiais para recuperar o caminhão. No deslocamen­to, os agentes fizeram mais de cem disparos em um carro onde cinco jovens — que não tinham envolvimen­to no crime — estavam. O caso ficou conhecido como a “Chacina de Costa Barros”.

O oficial que recebeu a ligação de Sardemberg e que acionou a viatura não cometeu crime, concluiu a averiguaçã­o. Foi constatado que Sardemberg é sócio-cotista da empresa, com 33% das ações; sua esposa possui 34% e, o major Ewerton, outros 33%. Além disso, os majores desempenha­riam a gerência da companhia e influência na corporação.

“A empresa tinha sucesso, sendo certo que o êxito daquelas atividades era facilitado, obviamente, em razão de informaçõe­s privilegia­das e/ou possíveis influência­s que detinham por conta de suas ocupações funcionais”, diz a publicação da decisão.

O promotor Paulo Roberto Mello, da auditoria militar, disse que vai avaliar o caso para denunciar ou não à Justiça. A pena do crime prevista para o oficial que gerenciar empresa é a suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou reforma. Os oficiais citados não foram encontrado­s pela reportagem.

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REPRODUÇÃO Carro onde estavam os adolescent­es foi alvejado por pelo menos 63 disparos de fuzis de policiais militares

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