O Dia

País-casa-de-espetáculo­s

- Fernando Scarpa Psicanalis­ta

Asuposta espeta cula riz ação do Ministério Público Federal foi alardeada a semana toda. Cobrou-se dos procurador­esatitude discreta, masa notícia era bombástica. É inegável que esses tempos de pré e pós-impeachmen­tsão repletos de espanto e emoções intensas. Nocas oda denúncia do Lula, são 160 páginas que o PT pretende toscamente descredenc­iar, num avelha estratégia de defesa.

OM PF trabalhou pesado colhendo dados, indignado coma velhacaria constatada. Esses brasileiro­sconcursad­os acabaram esculhamba­dos no discurso doexpresid­ente Lula. Fora de si, já nem sabia mais o que dizia, sonhando coma candidatur­a em 2018. Em outra espeta cula riz ação, coma língua solta, perdia um sé quito de eleitores em discurso patético. Parece que vai maldo fígado, anda amargo, podes ero álcool.

Renan Calheiros também foi espetaculo­so no plenário: aos gritos, confessou que livrou ase nadoraGlei­s iH off man neseu marido, Paulo Bernardo, da prisão e das garras da Polícia Federal. A senadora Hoffmann não deixou barato: em momento de lucidez, respondeu à altura, lembrando que ninguém naquela casa tem moral parajul garni ng uém.Espe tacula rizou, errou por pouco mesmo, nem todos lá são corruptos, como ambos.

Renan, naquele momento, barrou a todos. Ousado e soberano, esta vadiante danação, do presidente­do STF e, réu confesso, espetacula­r i zavas uainterfer­ênci ajunto ao STF para soltar o marido da ‘Narizinho’. Convenhamo­s, que poder espetacula­r! Ele foi solto, ainda está, ela, também, graças ao ministro Toffoli, que também fez suamis-en-scènenodes­pacho.

Vivemos um contemporâ­neo trágico, num país-casa-de-espetáculo­s,repleto de atores compartici­pações não menos grandiosas nesse show de horrores. Val ere cordar Lewandowsk ino maior circo pirotécnic­o, fatiando o impeachmen­t, rasgando a Constituiç­ão depois de tantas ameaças. Sabemosque um erro não justifica o outro, ninguém está errado, estamos todos abalados emocionalm­ente, indignados nessa espetacula­r izaçãopúb licada tragédia brasileira, em que todos se acusam por emoções incontidas. No lugar de criticar essas encenações, no caso do MPF, é melhor se ater ao conteúdo da denúncia do queà forma como foi dada a que realmente vale.

O resto? Choro deperdedor.

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