Corte no salário dos grevistas
Presidente da OAB considera irresponsável paralisação de servidores do judiciário hoje
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OABRJ), Felipe Santa Cruz, pediu ontem uma audiência com a presidente em exercício do Tribunal de Justiça, Maria Inês da Penha Gaspar. Ele quer que a desembargadora corte o ponto dos servidores que participarem da greve por 24 horas anunciada para hoje pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (Sindjustiça), como a coluna Justiça e Cidadania publicou ontem.
“Essa paralisação é absurda e irresponsável”, avalia Santa Cruz. Em resposta, Alzimar Andrade, sustenta que hoje os servidores vão expedir os alvarás para pagamento de advogados, mas dia 26 quando a greve não terá mais prazo para terminar, o serviço será suspenso. “A greve vai ser dentro da lei. Os 30% do serviço serão mantidos, quem não está cumprido os acordos com a categoria é o tribunal”, argumenta. Segundo ele, 46 das 80 comarcas já sinalizaram que vão participar do movimento. Hoje, às 15h, o Sindjustiça fará um ato em frente ao Tribunal de Justiça, Centro.
Para o Sindicato, a gota d’água foi a decisão do Órgão Especial segunda-feira de retirar de pauta a votação do projeto de lei para ‘proteger’ os 24% de aumento concedido, via ato administrativo, em 2010. Mês passado, o Supremo decidiu que o reajuste contraria a Constituição, mas não o cortou. Isso depende de nova ação movida pelo estado. Alzimar Andrade acrescenta que o tribunal não cumpre os acordos com o órgão, como o reajuste de 5% esse ano, que o servidores já não recebem há dois anos. “O tribunal é quinto pior do país. Para às vésperas do recesso por causa de uma decisão do Supr em oéumabsurdo ”, avalia Santa Cruz. Ontem, a Corte informou que não havia posicionamento oficial sobre o assunto.