AVIÕES DO FORRÓ NA MIRA DA POLÍCIA
Operação da PF pega R$ 600 mil em dinheiro vivo e bloqueia 163 imóveis e 69 veículos de empresas de entretenimento e de grupos que fazem sucesso no Nordeste
Investigação sobre sonegação fiscal de várias bandas de forró do Nordeste revela um montante que chegaria a R $500 milhões. Cerca de R$ 600 mil em espécie, 163 imóveis e 69 veículos das empresas foram apreendidos.
AOperação ‘For All’, da Polícia Federal, aponta para um volume de R$ 500 milhões que teria sido sonegado por empresas de entretenimento que patrocinam pelo menos quatrogran desbandas de forró que fazem sucesso no Ceará ena Paraíba.
Deflagrada ontem, a ‘For All’ apreendeu R$ 600 mil em dinheiro vivo com alvos da investigação.Os cantores Xand e Solange Almeida, da Aviões do Forró, foram conduzidos coercitivamente para depor na Superintendência da PF em Fortaleza. Aviões do Forró é agenciada pela A3 Entretenimentos.
A estimativa inicial leva em conta apenas a agenda de shows das principais bandas,sem contar os rendimentos que as empresas envolvidas recebem com vendas de CD, propagandas e patrocínios, entre outras fontes.
Ao todo, 26 empresas do setor estão na mira da For All. A investigação revela que essas empresas que patrocinam as bandas subfaturavam contratos, registrando valores correspondentes a 25% e até 30% do que era de fato acertado. “A maior parte dos contratos é assim, o resto circula por fora, antes da banda subira o palco ”, destacou a PF.
O dinheiro sonegado era usado para ampliação patrimonial dos envolvidos – compra de imóveis e veículos de luxo.
Um efetivo de 260 policiais federais e 35 auditores da Receita cumpriu 76 mandados judiciais – 32 de condução coercitiva e 44 de buscas. Não houve prisões.
A Operação For All já contabilizou omissão de rendimentos tributados de cerca de R$ 120 milhões entre 2012 a 2014. A PF e a Receita estimam que a sonegação de todas as empresas investigadas alcança R$ 500 milhões naquele período.
“A corrupção não existe só onde estamos acostumados a ver, na política em Brasília”, disse um dos investigadores. Segundo a PF, a Operação For All revela dois caminhos, ‘um mundo oficial e um mundo clandestino, subterrâneo ’.