Empréstimo em penhor é uma boa saída para a crise. Veja as opções
Caixa Econômica aceita objetos que vão de joias a canetas como garantia de créditos com taxas de 2,1% ao mês, bem menores que em outros tipos de financiamento.No Rio, 53 agências fazem essa operação.
Em tempos de crise, desemprego em alta e falta de dinheiro para pagar as contas, o penhor dejo ias da Caixa Econômica Federal pode ser alternativa mais em conta do que se endividar com os juros elevados de empréstimos em bancos e financeiras. As taxas cobradas pela Caixa na avaliação do objeto que será dado como garantia no empréstimo estão na casa de 2,1% ao mês. Já o consignado tem juros que vão de 1,89% a 2,38% ao mês, enquanto os empréstimos pessoais ficam, em média, em 6,27% ao mês. Financeiras cobram taxas médias de 8,14% ao mês.
O DIA pediu ao especialista em finanças Gilberto Braga para fazer uma análise das taxas praticadas no mercado tendo como base quem pega R$ 1 mil para pagar em 12 vezes. No empréstimo consignado, por exemplo, o cliente terá desembolsado no final do contrato R$ 1.284,43 (1,89%) ou R$1.358,73 (2,38%). Quem pensa em fazer empréstimo pessoal em bancos privados ou públicos paga juro médio de 6,27%. Neste caso, os R$ 1 mil mais que dobram: o valor final vai a R$ 2.115,36.
Ao optar por uma financeira, o consumidor paga taxa em torno de 8,14%. No fim do contrato de empréstimo terá desembolsado R$ 2.603,16. No caso do penhor, o consumidor que conseguir R$ 1 mil na avaliação do bem vai pagar R$1.315,34. O pagamento à Caixa pode ser feito mensalmente (de 30 dias a 60 meses) ou a cada seis meses (180 dias), que é a opção mais escolhida, informa o especialista.
Mas o que pode ir para o prego? Joias em ouro — como alianças, correntinhas, brincos ou braceletes —, pedras preciosas, relógios e canetas, por exemplo. A Caixa empresta de 10% a 85% do valor da avaliação, que é feita na hora por um técnico especializado. Não há limite para esse tipo de operação e o empréstimo é liberado na hora, sem precisar comprovar renda ou passar por análise dos serviços de proteção ao crédito.
O cliente pode levar o dinheiro ou, no caso de correntista da Caixa, é feito depósito em conta. Dependendo do relacionamento com o banco e se tiver feito outros penhores e pago na data correta, o valor desembolsado pode chegar a 100% do valor do objeto. Dá para renovar o penhor quantas vezes o cliente quiser. Mas ao colocar uma joia no prego, é preciso ter atenção às datas. Depois de 30 dias de atraso no pagamento, a peça vai à leilão.
“O risco que o cliente corre é esquecer de pagar, ou pelo menos renovar o penhor, para não perder a joia”, alerta Gilberto Braga.
Ele pondera que normalmente o objeto tem valor sentimental e a perda para a pessoa ultrapassa o aspecto monetário. “Outro ponto a ser levado em conta é que o penhor não paga o feitio da joia, somente o peso do metal. Então, se perder o bem, perde dinheiro também”, adverte.
Desempregada, Amélia Maria Mayo, ou Tia Melinha, como é conhecida no Bairro de Fátima, no Centro, recorreu ao penhor na agência da Caixa na Avenida Chile para pagar contas e, com o que sobrar, fazer um cursinho.
“O mercado está difícil e penhorar as joias vai permitir que eu possa fazer curso na minha área para ganhar mais clientes”, conta Tia Melinha, que faz bolos e salgados por encomenda e garantir seu sustento.
O superintendente regional da Caixa, Arnaldo Barcellos Neto, tranquiliza o cliente que precisa fazer penhor. “O setor é destacado e reservado na agência. O cliente tem total privacidade”, informa.
No Município do Rio existem 53 agências da Caixa que trabalham com esse tipo de operação. Em todo estado são 80, diz Barcellos Neto. Quem quiser saber onde estão as agências com penhor e obter mais informações basta acessar o link http://zip.net/bptyBG.