O Dia

BILHETE ÚNICO VAI SER SUSPENSO NA SEGUNDA

Passageiro­s de viagens intermunic­ipais não terão mais descontos nas tarifas, já que o governo estadual não repassou o dinheiro dos subsídios às empresas de transporte. Ônibus, vans, barcas, metrô e trem serão afetados.

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

Apartir de segunda-feira, os 5,3 milhões de usuários do Bilhete Único (BU) do estado não terão mais os descontos tarifários concedidos nas viagens intermunic­ipais. Com uma dívida de R$ 10 milhões com as concession­árias de transporte por falta de repasses dos subsídios do programa, o governo estadual não cumpriu a última promessa de quitar o débito até ontem. Diante disso, a CCR Barcas, a Fetranspor (que representa as empresas de ônibus ), o Metrô Rio e a Super Via anunciaram­a suspensão do benefício.

“Depois de sucessivas postergaçõ­es no pagamento integral dos repasses dos subsídios pelo Governo do Estado, as concession­árias de transporte público informam que, a partir da zero hora de segunda-feira,dia 5 de dezembro, os usuários beneficiad­os pelo Bilhete Único Intermunic­ipal não terão mais acesso ao desconto tarifário ao embarcarem em barcas, metrô, ônibus, trens e vans legalizada­s na Região Metropolit­ana ”, afirmaram as empresas em nota.

Segundo as companhias, a suspensão está prevista na Lei estadual nº 5.628/2009, na hipótese de o estado não depositar o valor do subsídio. Criado há seis anos, o BU permite que passageiro­s de 20 municípios utilizem até dois meios de transporte, sendo pelo menos um intermunic­ipal, em um intervalo de 3 horaspelo preço de R $6,50. A diferença entre o valor cheio das tarifas e aquantia paga pelo usuário era custeada pelo governo. O subsídio chegou a R$602 milhões em 2015.

O motorista Rodrigoano­s, que mora em São João do Meriti, na Baixada, e trabalha no Estácio, usa dois ônibus par aire dois para voltar. Com o BU, paga R$ 6,50 em cada sentido. Sem o benefício, terá de arcar com mais R$ 3,80. “Se a empresa não repassar isso, vamos ter de pagar do nosso bolso. A população pagará por essa roubalheir­a no estado ”, reclama. O eletricist­a Jovêncio Oliveira, de 42 anos, que mora em Maricá e trabalha na Cidade Nova, terá aumento ainda maior. As tarifas cheias dos dois ônibus que pega, em cada sentido, é de R$ 24, quase 4 vezes mais do que pagava.

As empresas ressaltam que todos oscartões BU continuarã­o a ser aceitos normalment­e, massemos descontos previstos na regra tarifária. Também se compromete­m a retomar os valores da integração tão logo o rep assedo governos ejanorm alizado. As integraçõe­s municipais na cidade do Rio não sofrem alteração, porque são custeadas pelas empresas, assim como a ligação entre BRT e metrô nas estações Vicente de Carvalho e Jardim Oceânico.

A Secretaria Estadual de Transporte­s explicou que o atraso dos pagamentos se deve ao agravament­o da crise e aos arrestos judiciais e que está “tomando as medidas cabíveis para restabelec­er o benefício”.

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LUIZ ACKERMANN Rodrigo (com amiga) pagará mais R$ 7,60 por dia para trabalhar

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