PF indicia Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo e mais 14 por esquema de propina.
Parentes do casal são exonerados do TCE
Dezesseis acusados de envolvimento em esquema de propina montado com empreiteiras que prestam serviço para o estado, entre eles o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e a mulher dele, Adriana Ancelmo, foram indiciados ontem pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva e ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Agora, o inquérito, resultado da operação Calicute, que levou Cabral e outros nove acusados para a cadeia por recebimento de R$ 220 milhões pagos pelas empresas, consideradas, taxa de oxigênio, será encaminhado ao Ministério Público Federal para que seja oferecida denúncia à Justiça Federal.
Ontem, o RJTV, da Rede Globo, revelou ainda a relação de Carlos Miranda, apontado como operador do esquema, com o presidente eleito do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Aloysio Neves. A reportagem mostrou que 2012 e 2015, as declarações de Neves e Cabral foram feitas do mesmo computador de Miranda. Na quinta-feira, Nusia Ancelmo Mansur, pediu exoneração da Corte, e ontem foi a vez de Fanny Maya. Ela é tia de Adriana Ancelmo.
Segundo um dos delatores, Ricardo Pernambuco Júnior, acionista da Carioca Engenharia, havia pagamento de propina de 1% aos conselheiros do TCE. No inquérito da PF do Rio, além de Cabral e Adriana, foram indiciados Wilson Carlos, ex-secretário de Governo; Carlos Miranda; Luiz Bezerra; Hudson Braga (ex-secretário de Obras; Rosângela e Jéssica, mulher e filha de Hudson; Alex Sardinha; Wagner Jordão; José Rabello; Carlos Jardim; Pedro Ramos; Luiz Alexandre Igayara; Paulo Fernando Magalhães Pinto e Luiz Paulo dos Reis.
Cabral ainda é investigado pela PF do Paraná. Quinta-feira, o juiz Sérgio Moro deu prazo de mais 15 dias para a conclusão do inquérito, que apura desvio de verba na obra do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).