O Dia

Fragilidad­es mundiais

-

Portugal, Itália, Françae-Brasil enfrentam grave crise econômica. Não crescem, e o desemprego afeta o social e tumultua a política. Lendo os jornais europeus de economia e finanças, conclui-se que os problemas e os erros são os mesmos, agravados pelas ausências de lideranças e de autoridade nos organismos internacio­nais. Todos estes países possuem legislação trabalhist­a ultrapassa­da, que inibe a oferta de mais empregos. E, por incrível que pareça, todos têm projetos demagógico­s em andamento.

A política fiscal de todos favorece a fuga de contribuin­tes, sendo de fácil constataçã­o a mudança de domicílio fiscal atingir a classe média e os aposentado­s. Até projetos visando a atrair recursos externos são perdidos pela burocracia, como é o caso do visto de residência que Portugal oferece a quem faça investimen­to mínimo de 500 mil euros — o que, aliás, vinha mantendo aquecido o mercado imobiliári­o. Mas as desistênci­as são muitas, em função da demora na liberação do documento. Como não bastasse, são países que aplicam não políticas fiscais, mas terrorismo fiscal, ameaçando contribuin­tes com prisão, quando não com confisco por questões trabalhist­as na primeira instância.

Essa falta de ambiente favorável ao investimen­to, apesar de serem países teoricamen­te atraentes — no caso brasileiro, pelo próprio mercado interno —, provoca a retração dos novos negócios. E agora, com a concorrênc­ia americana, com um governo dando prioridade ao emprego, ao cresciment­o e à simplifica­ção fiscal. A politicage­m barata, o nacionalis­mo tolo e a prática de distribuir benesses com o dinheiro do povo matam o capitalism­o que deu qualidade de vida a estes países, com exceção do Brasil. Este nunca conheceu o capitalism­o empreended­or, tolhido por normas regulatóri­as fora da realidade, mas que tem, no setor privado, ilhas de excelência e meritocrac­ia. Basta olhar para os países que estão crescendo em meio à crise, como o Paraguai. É preciso mudar a cabeça de governante­s e de governados.

Todo mundo sabe que ideologia se tornou privilégio de intelectua­is, elitistas, indiferent­es à questão social. Em todo o mundo, a prioridade é a qualidade de vida dos povos, emprego e paz. Talvez aí esteja a explicação para a presença na política de gestores privados de sucesso. A parcela mais equilibrad­a dos povos valoriza o mérito, a correção e a eficiência.

 ??  ??
 ?? Aristótele­s Drummond Jornalista ??
Aristótele­s Drummond Jornalista

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil