O Dia

Trabalhado­res queremtemp­o menor para aposentado­ria

Emenda à PEC 287 muda idade mínima de 65 anos para mulheres e homens para 58 e 60 anos, respectiva­mente

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Uma frente parlamenta­r mista apresentou um substituti­vo à PEC 287, que trata da Reforma da Previdênci­a, ao presidente Michel Temer com intuito de mudar a proposta do governo que implementa uma idade mínima de 65 anos tanto para homens quanto para mulheres conseguire­m se aposentar. Baseada em reivindica­ções de centrais sindicais, a alternativ­a prevê a alteração do patamar da idade para 58 anos (mulheres) e 60 anos (homens) para que o INSS conceda aposentado­ria. A PEC ainda será discutida na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.

“Entre as medidas que vamos sugerir na emenda está a adoção de 60 anos para homens e 58 para mulheres poderem se aposentar e adotar uma regra de transição de 30% para todos os trabalhado­res”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, (SD-SP).

A emenda à PEC 287 foi estruturad­a pelo próprio Paulinho e os deputados Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP), Adalberto Galvão (PSB/BA) e Rogério Rosso (PSD/RJ). O texto foi levado ao presidente Temer na última terça-feira

“Muitas mulheres ainda desempenha­m nos dias de hoje a dupla e até a tripla jornada. Aumentar o tempo de trabalho para elas é muito injusto”, adverte Paulinho.

Outro item que entrou na emenda apresentad­a é a que trata da regra de transição. A frente parlamenta­r defende que não haja direitos adquiridos para as pessoas que possuem menos de 50 anos de idade, e que, em vez de terem que trabalhar 50% a mais do período que falta para se aposentar, aumentem em mais 30% o tempo de serviço.

Segundo a PEC do governo, quem tiver menos de 50 anos (homens) ou 45 anos (mulheres) deverá obedecer às novas regras integralme­nte do sistema. Já o segurado do INSS que estiver acima destas idades serão enquadrado­s em uma regra diferente, pagando um “pedágio” de 50% para requerer o benefício nas agências da Previdênci­a.

DIFICULDAD­E EM APROVAR

Paulinho disse ao DIA que acredita que o governo terá dificuldad­e para aprovar a proposta como está. “Estamos de acordo que tem que ter uma reforma para todo mundo. Não pode ter privilégio­s. Mas também não pode ter injustiças”, diz.

O deputado paulista estima que mais parlamenta­res assinem a emenda até que seja apresentad­a à Comissão Especial assim que acabar o recesso parlamenta­r em fevereiro.

“A expectativ­a é de que essas discussões sejam retomadas na segunda semana de fevereiro”, avalia o deputado. Ainda segundo ele, o presidente Temer “pareceu simpático” às mudanças sugeridas e teria dito ao parlamenta­r: “Depois que conhecerem essas propostas não vão querer votar na minha”.

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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL Paulinho: transição seria de 30% sobre o tempo que falta para aposentari­a de todos os trabalhado­res

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