O Dia

Pezão quer empréstimo de R$ 5,5 bi para quitar folhas

Governador ainda não tem a garantia de que terá essa quantia, mas está negociando com a União.

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Na negociação sobre o acordo de recuperaçã­o fiscal do Rio, o estado vem tentando obter um empréstimo com bancos, e que teria aval da União, em torno de R$ 5,5 bilhões. “Isso é o que estou pedindo, mas ainda não consegui”, informou ontem à coluna o governador Luiz Fernando Pezão. Os recursos terão como prioridade o pagamento da folha salarial de servidores, incluindo o décimo terceiro e ainda as pendências da Segurança (como premiações e horas extras).

“(O empréstimo) É só para acertar salários de funcionári­os”, afirmou o governador, que já havia dito que, com o fechamento do acordo, esperava acertar os pagamentos até o fim de fevereiro.

O estado ainda não quitou a folha de dezembro de diversas categorias. Até agora, do Executivo, receberam os vencimento­s apenas os servidores ativos da Educação; ativos, inativos e pensionist­as da Segurança (bombeiros, agentes penitenciá­rios, policiais civis e PMs); ativos da Fazenda e, segundo fontes, a Procurador­iaGeral do Estado (PGE).

Já o décimo terceiro salário foi pagoàEduc ação e Degase(com verbas do Fundeb ). Fontes afirmam que a PGE também recebeu o abono.

Em relação aos créditos pendentes da Segurança — o que, inclusive, é um dos motivos da paralisaçã­o dos policiais civis —, o estado deve a premiação do Sistema Integrado de Metas (SIM) desde o segundo semestre de 2015 para policiais militares e civis. Falta pagar ainda a essas duas categorias o Regime Adicional

Policiais civis e militares esperam crédito de horas extras do segundo semestre de 2016 e prêmios desde 2015

de Serviço (RAS), que são as horas extras, do segundo semestre de 2016.

BANCOS ENVOLVIDOS

A operação financeira para liberação do empréstimo envolve diversas instituiçõ­es financeira­s, que formariam um consórcio. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal devem participar. E a equipe econômica do estado está estudando e trabalhand­o ‘em cima’ dos números na tentativa de fechar a operação com os bancos que oferecerem as condições mais vantajosas, ou seja, com taxas de juros menores.

Mas o ponto principal da recuperaçã­o fiscal é a suspensão temporária (por três ou quatro anos) dos pagamentos das dívidas que o estado tem com a União e dos contratos de operações de crédito.

Se a suspensão for por quatro anos, ou seja, de 2017 até 2020, o estado deixará de pagar R$ 34,5 bilhões neste período.

A recuperaçã­o fiscal envolve ainda contrapart­idas mais duras para o funcionali­smo, como taxa previdenci­ária extra e temporária de 5%a 8%.

O acordo terá que ser homologado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Inicialmen­te, a previsão era de que isso ocorresse na segunda-feira. Mas o trágico acidente aéreo de ontem, que levou à morte o ministro do STF Teori Zavascki pode mudar essa agenda.

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AGÊNCIA BRASIL Governador Luiz Fernando Pezão pretende acertar toda a folha de pagamentos até o fim de fevereiro

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