O Dia

Forças Armadas vão patrulhar as ruas de Natal

No sexto dia de rebelião, há mais relatos de mortes. Após ataques em cidades, presidente autoriza envio de tropas

- Natal e Brasília

Arebelião na Penitenciá­ria Estadual de Alcaçuz, na região metropolit­ana de Natal, no Rio Grande do Norte, chegou ao sexto dia com mais confrontos entre as duas facções que controlam o presídio e relatos de mais mortes. O presidente da República, Michel Temer, autorizou o envio de tropas das Forças Armadas para reforçar o patrulhame­nto das ruas, como foi pedido pelo governador Robinson Faria, após ataques a ônibus, veículos oficiais e prédios públicos.

Nas primeiras horas da manhã, detentos voltaram ao teto de ao menos três pavilhões da unidade. Do lado de fora, muitos tiros disparados por policiais militares e agentes penitenciá­rios eram ouvidos, assim como o barulho de bombas de efeito moral. À tarde, houve novo confronto entre integrante­s das duas facções e pelo menos um preso foi visto disparando arma de fogo. Segundo agentes penitenciá­rios, um tiro quase teria atingido o diretor do presídio que havia subido em uma torre de vigilância.

Parte dos detentos ficaram aglomerado­s próximo ao pavilhão 4, onde no sábado passado 26 presidiári­os foram mortos. Os presos foram dispersado­s após os disparos de armamento não letal.

No início da noite, tropas especiais da PM do Rio Grande do Norte entraram em uma área da penitenciá­ria e, pela primeira vez desde o início da rebelião, presos passaram a noite dentro de um prédio administra­tivo do complexo penitenciá­rio.

A nova rebelião acontece no dia seguinte à retirada do local de 220 internos ligados ao Sindicato do Crime do RN (SDC). O governo remanejou presos entre três unidades visando a acalmar a situação. A Justiça, porém, determinou que parte da operação fosse desfeita. A transferên­cia envolvia a permuta com presos retirados da Penitenciá­ria Estadual de Parnamirim, que seriam divididos entre a Alcaçuz e a Cadeia Publica de Natal. O governo informou que os presos que não foram para Alcaçuz passaram a noite na Cadeia Pública de Natal.

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NEY DOUGLAS/EFE Presos continuara­m a se enfrentar na Penitenciá­ria de Alcaçuz ontem e houve relatos de mais mortes

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