Molon: ‘Ninguém trabalha 49 anos’
A proposta de Reforma da Previdência também muda o tempo de contribuição. Se aprovada, para receber 100% do valor da aposentadoria, o trabalhador terá que contribuir para o INSS por 49 anos. Esse aumento no período de contribuição foi duramente criticado pelo deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ).
“Ninguém trabalha 49 anos ininterruptamente, existem intervalos, quando a pessoa fica desempregada, por exemplo. E pelo visto essa questão não foi levada em conta”, diz Molon, que é membro titular da Comissão Especial que analisa a Reforma da Previdência na Câmara.
A proposta do governo estabelece o mínimo de 65 anos de idade (para homens e mulheres) e 25 anos de contribuição para poder se aposentar.
Mas esses 25 anos de serviço dariam direito a só 76% do valor da aposentadoria. O percentual subiria gradativamente: a cada ano a mais de contribuição, o trabalhador teria direito a um ponto percentual a mais. Como a diferença de 76% para 100% é de 24 pontos percentuais, são necessários 24 anos de contribuição. Somando os 25 anos obrigatórios aos 24 adicionais, são 49 anos de contribuição.
Ainda de acordo com o deputado, o período de 25 anos previsto na proposta vai prejudicar os trabalhadores mais pobres. “É um dos maiores tempos previstos no mundo. Em países da Europa, por exemplo, não chega a 20 anos”, compara Molon. Segundo ele, o governo comparou o sistema previdenciário de outros países para balizar a reforma, mas não levou em conta a expectativa de vida dessas mesmas nações.