O Dia

Especialis­ta alerta para importânci­a de bons projetos

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Bruno Pereira, coordenado­r do PPP Brasil, observatór­io das parcerias público-privadas, considera que o principal avanço do modelo no Brasil nesses últimos anos têm sido o grande interesse dos diferentes governos.

"Nas eleições municipais de 2016, foi possível observar em diversas cidades, como São Paulo, Porto Alegre, Bauru, Caxias do Sul, entre outras, que o tema das PPPs esteve presente em planos de governo, debate eleitoral e, por fim, foi referendad­o nos votos. A abordagem ao tema com tanta intensidad­e em momento eleitoral foi algo novo", afirma.

Para ele, a situação econômica requer boa gestão. "Em momentos de crise todos temos que ser mais eficientes. Um ponto positivo do atual contexto brasileiro é que ele deverá ser mais eficiente e as

■PPPs podem contribuir com tal necessidad­e. Por outro lado, há uma percepção geral de desorganiz­ação no Brasil. Os governos apenas conseguirã­o atrair a iniciativa privada para seus projetos de PPPs se fizerem o dever de casa, com preparação dos gestores públicos, definição de prioridade­s, licitações bem preparadas e bem divulgadas, tomada de decisão coerente durante o ciclo de vida da PPP até a licitação e boa gestão dos contratos", acredita.

Venilton, da Abdib, encara da mesma forma a importânci­a na elaboração dos projetos. "Com estudos de boa qualidade, projetos maduros e robustos, matriz de riscos bem distribuíd­a, fontes de financiame­nto acessíveis e alguns processos mais ágeis, sobretudo no licenciame­nto ambiental e nas desapropri­ações, há chance de as concessões voltarem a contribuir para a retomada dos investimen­tos e do cresciment­o econômico", diz. Ele acredita que usar as fontes de receita é um dos principais fatores para contribuir no reajuste da economia.

"O Brasil precisa aproveitar todas as fontes de financiame­nto disponívei­s. E elas são quatro: o BNDES, fonte principal, os bancos privados, o mercado de capitais e o mercado externo. O país precisa investir cerca de R$ 300 bilhões por ano em infraestru­tura, e atualmente aplica pouco mais de um terço disso. Temos de ter mais projetos, projetos melhores, para atrair os investidor­es nacionais e internacio­nais", afirma Venilton. Nas PPPs o agente privado é remunerado numa combinação de tarifas cobradas dos usuários mais recursos públicos ou exclusivam­ente pelo governo.

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