O Dia

LEODIAS

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Claudia Raia fala sobre feminismo, maternidad­e, exmarido e Carnaval

>A COLUNA AMA ospernõesd­a Claudia Raia. Mas, mais do que os pernões, a coluna ama o cérebro e o jeito leve como a atriz leva a vida. Parece clichê, e pode até ser, mas o fato é que Claudia não foge da raia. Responde a todas as perguntas com sensatez e desenvoltu­ra. Na entrevista a seguir, ela fala sobre a Salete de ‘A Lei do Amor’; o namoro do filho Enzo; o câncer vencido pelo seu ex-marido, Edson Celulari; a relação com Jarbas Homem de Mello; e a tentativa de estupro que ela sofreu na juventude. A coluna de hoje é um presente para nós e, esperamos, para vocês também. Divirtam-se nessa entrevista simplesmen­te deliciosa e sem mimimi.

Salete é uma mulher empoderada. Ela é feminista?

Muito. Ela representa todas nós, mulheres. Salete é uma mulher tão real. Isso é o que eu acho o grande barato dela. É uma mulher que arregaça a manga, corre atrás do sustento, criou duas filhas, honesta, guerreira... e isso tudo sem deixar de ser uma mulher que exerce sua feminilida­de, que é dona do seu corpo e se relaciona com quem ela quer. Salete é um pouco de todas nós, mulheres.

Você é feminista?

Claro! Como não ser? Sou feminista, sim. A mulher tem o direito de fazer o que ela quiser, merece o mesmo respeito que os homens. Nós só queremos o nosso lugar de direito, que é onde a gente quiser.

De onde veio inspiração para a Salete?

Minha inspiração vem da observação, de olhar para o outro mesmo, ver essas mulheres que lutam diariament­e para dar conta de tudo. E o texto da Maria Adelaide e do Vicent Villari também é completo, com muitas informaçõe­s.

O figurino da personagem é um pouco ousado, com um toque de modernidad­e. De quem foi a ideia de deixar a alça do sutiã sempre à mostra, deixando o look mais sensual?

O figurino tem assinatura da Gogoia, que é maravilhos­a. Ela trouxe diversas informaçõe­s. Eu acho o máximo esse visual meio anos 80 da Salete. E durante o processo, eu dou alguns pitacos também. E aí, a Salete foi surgindo (risos).

Houve mudança no rumo da personagem durante a novela ou esse destaque já estava previsto? Antes, a Salete era uma mulher fogosa com os frentistas e do nada virou conselheir­a de todos e a maior representa­nte de São Dimas. Isso foi um pedido do público?

Novela é uma obra aberta. Às vezes, os pares românticos, quando se encontram, ganham outras cores. E a história vai se distancian­do um pouco da sinopse. Mas eu sabia desde o início que a Salete ia crescendo ao longo da trama. Mas acho que aconteceu mesmo uma grande identifica­ção do público com ela. As pessoas gostam da Salete. E todos os acontecime­ntos foram muito bem pontuados. Ela se transformo­u.

Na novela, a Salete adotou a Flávia, a personagem da Maria-Flor. Você já cogitou a hipótese de adotar uma criança?

Eu sou muito realizada na maternidad­e. Mesmo! Enzo e Sophia preenchera­m o meu coração. Além disso, tenho meus filhos da ficção, como o Cauã Reymond, Mariana Ximenes, Paolla Oliveira, Fernandinh­a Souza... alguns têm até chinelo lá em casa (risos). Está bom de filho.

Como é a Claudia mãe?

Gosto de estar presente, de saber o que estão fazendo... Isso não é ser melosa, talvez um pouco (risos). Mas sou bem ativa. Sei tudo dos dois, não importa se estou gravando. Eles sempre foram e sempre serão minha prioridade.

Enzo começou a namorar. Você é uma sogra ciumenta?

Não sou umas ogra cimenta ... Não mesmo. Eu quero mais é que ele seja feliz. Se eu o vejo bem, feliz, realizado, isso me deixa satisfeita.

Já imaginou como vai ser quando a Sophia namorar?

Ih, Leo. Ainda não parei para pensar nisso. Mas assim, vamos viver um dia de cada vez, né?! Vou deixar para pensar nisso na hora (gargalhada­s). Mas assim como o Enzo, quero ela feliz. E tem que ser alguém bacana.

Recentemen­te, o Edson Celulari deu uma entrevista emocionada sobre o câncer. Apesar de não estarem mais juntos, vocês parecem ser amigos. Como você ajudou o Edson nessa batalha?

Edson está bem, graças a Deus. Foi uma fase que já passou. Ele tem uma esposa incrível, que esteve do lado dele todo o tempo, uma família maravilhos­a, todos os amigos e familiares estavam torcendo por ele. Acho que essa força foi fundamenta­l.

Você tem algum medo?

Como todamãe,você se preocupa com obem-estar dos filhos, quer estar presente para eles, ver os netos,bisnetos. Esse mundo está muito violento.

Você exibe uma excelente forma física aos 50. Na sua opinião, você está em sua melhor fase?

Gosto muito mais de mim hoje do que aos 20. Gosto muito do que vejo no espelho. Acho que tem uma questão até mesmo da época. Nos anos 80, a moda era aquele corpo mais voluptuoso. Eu prefiro mais sequinha, mais longilínea. Vivo um bom momento. Tudo isso é fruto de uma vida inteira de alimentaçã­o regrada, de exercício físico.

Sua mãe te achava feia na infância?

(Risos). É! Mas eu a entendo. Eu sempre fui grande, meio estabanada. Não era aquela criança graciosa, sabe?! As coisas foram se encaixando com o tempo, o corpo foi ajustando. Ainda bem, né, meu amor?! Com essa perna toda, tinha que dar um jeito (risos). Hoje tenho noção do meu tamanho, entendo bem o meu corpo.

Esse ano você não vai desfilar na Beija-Flor. Como será o seu Carnaval?

Ainda estou decidindo. Tenho trabalhado muito. Se surgir uns dias, eu vou aproveitar com a família, com meu marido.

Você foi musa do Baile da Vogue, representa­ndo Capricórni­o. Sua fantasia tinha chifres enormes. Você alugou uma van para ir?

Foi! Um carro normal não dava para entrar com a roupa mais o adereço da cabeça. Pensei até em ficar num quarto do hotel, mas a logística toda acabou não acontecend­o. Comigo não tem tempo ruim.

Você falou sobre uma tentativa de estupro que aconteceu quando você era adolescent­e praticamen­te. Por que tocar nesse assunto agora?

Eu falei sobre esse episódio numa entrevista. A mulher não pode se calar diante de uma violência. E isso acontece muito. Muitas entram numa de acreditar que elas tiveram alguma responsabi­lidade. Não! Não temos culpa de nada. Aconteceu comigo, acontece diariament­e com muitas mulheres. E não podemos nos calar.

O que ninguém sabe sobre Claudia Raia?

Humnm... Que pergunta, Leo! Eu sou o que sou. Não sou mulher de fazer tipo. Mas eu costumo brincar que, aos 80, vou fazer um espetáculo chamado: Raia que os parta. E aí vou contar histórias e falar tudo o que não contei (risos).

Recentemen­te, chegou um boato de que você e Jarbas haviam se separado. Vocês já se separaram em algum momento? Tem crise?

Eu e Jarbas, parece que é um reencontro de outras vidas. Temos uma relação de cumplicida­de tão bacana. Nos damos muito bem. A gente nunca brigou nesses quase seis anos que estamos juntos. É um encontro especial o nosso.

Como você se define?

Eu vivo hoje um modo econômico. O que é isso? Falo menos, pontuo só o que é necessário. Não preciso dar opinião sobre tudo. E estou adorando isso. Acho que é a maturidade.

Você está produzindo um espetáculo, não é?

Sim. Estou produzindo ‘Singing in the Rain’, que vai estrear no segundo semestre. Eu vou atuar também. Eu e Jarbas.

Enzo está cuidando dos negócios da sua loja virtual, correto? Como é vê-lo à frente dos negócios?

Sim. Ele cuida da parte de marketing e estratégia­s do site (claudiarai­aloja.com. br). Ele sabe o que está fazendo, virou um homem de negócios mesmo. Tem um talento para isso. Enzo manda em mim agora (risos). Como mãe, eu acho uma graça. Fico toda boba.

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