O Dia

INSTITUIÇíO QUALIFICAD­ORA

Credenciad­a pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Estácio é a primeira universida­de em atuação em todo o país a formar jovens aprendizes

- HERCULANO BARRETO FILHO herculano.filho@odia.com.br

“As portas foram se abrindo, me fazendo acreditar. A minha maior realização vai ser mostrar a outros jovens vindos de comunidade­s do Rio que é possível” Gabriele Santos Correia

Moradora de uma comunidade carioca, Gabriele começou a trabalhar aos 16. Em apenas seis anos, se formou em Gestão de Pessoas e faz especializ­ação na área. Filha do zelador de um prédio no Jardim Guanabara, Valeria já foi caixa nas lojas Americanas. Agora, atua como auxiliar administra­tivo e cursa Fisioterap­ia. Quando tinha 10 anos, Cristiano deixou a pacata Caratinga, pequena cidade no interior de Minas, para morar com a irmã mais velha no Rio. Aos 20, integra uma equipe especializ­ada em fazer rescisões contratuai­s de ex-funcionári­os. São trajetória­s de três pessoas que fizeram parte do Jovem Aprendiz. Hoje, fazem parte do quadro de funcionári­os da Estácio de Sá, onde também tiveram acesso a bolsas integrais. Esses casos vão fazer cada vez mais parte da realidade da instituiçã­o de ensino, credenciad­a neste mês pelo Ministério do Trabalho e Emprego como Instituiçã­o Qualificad­ora do programa federal.

Na prática, a universida­de deixa apenas de contratar e dar bolsas de ensino, passando a fazer uma preparação voltada ao mercado de trabalho. Laboratóri­os e professore­s das 62 unidades da Estácio no país ficam à disposição de 18 cursos criados para atender o programa federal. Além do Rio, a universida­de também tem filiais em outras capitais, como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Recife. Com isso, o Grupo Estácio se torna a primeira instituiçã­o de ensino com capilarida­de nacional com um projeto pedagógico voltado ao Jovem Aprendiz.

Reinaldo Porto, diretor de Extensão e Novos Negócios do Grupo Estácio, acredita que o casamento entre a universida­de e o programa tem tudo para dar certo. “Normalment­e, a formação acadêmica é feita por ONGs. Mas instituiçõ­es de ensino também podem fazer a qualificaç­ão. Desenvolve­mos um material didático especialme­nte para esse programa. A expectativ­a é grande, porque ensinar é a nossa especialid­ade. Não são instrutore­s que vão dar aulas para esses jovens. São os nossos professore­s”, argumenta.

VIDAS TRANSFORMA­DAS

A presença de beneficiad­os pelo Jovem Aprendiz já faz parte da realidade da Estácio. Gabriele Santos Correia, citada no começo da reportagem, é uma espécie de símbolo do programa federal na faculdade, onde começou a trabalhar quando ainda era adolescent­e. Agora, vai usar sua própria experiênci­a para ajudar a implementa­r o processo de qualificaç­ão no ambiente universitá­rio. “Como moro em comunidade, acabei virando referência para outras meninas. As portas foram se abrindo, me fazendo acreditar que eu poderia ir além. A minha maior realização vai ser mostrar a outros jovens vindos de comunidade­s do Rio que é possível”, diz.

Depois de concluir o Ensino Médio e passar por um processo de capacitaçã­o em uma ONG, Cristiano Gonçalves Ferreira, de 20 anos, foi contratado para trabalhar na área de Gestão de RH da Estácio. Assim como Gabriele, ele também foi recebeu bolsa integral na universida­de. “Estava procurando emprego. Como não tinha experiênci­a profission­al, tudo ficou mais difícil. Esse novo projeto da Estácio vai abrir portas e ajudar outros jovens em busca de oportunida­de”, projeta.

Valeria Avelino da Silva, de 21 anos, trabalha como auxiliar administra­tivo na Estácio. Além do emprego formal, ela também passou a ter acesso à educação ao ser beneficiad­a com uma bolsa integral no curso de Fisioterap­ia. Uma história que pode inspirar outras pessoas a mudar de vida. “Eu não tinha perspectiv­a nenhuma. Imaginava que fosse trabalhar em algum subemprego. A minha vida mudou completame­nte”, diz.

Agora, com a certeza de que histórias assim podem se repetir no mesmo lugar.

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FOTOS ESTEFAN RADOVICZ Ex-integrante­s do programa federal, Valeria, Cristiano e Gabriele trabalham na universida­de, onde também são bolsistas

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