O Dia

Crise vai fazer preço da carne baixar até 15% nos mercados

Operação que flagrou produtos de péssima qualidade comerciali­zados por frigorífic­os fez com que a Comunidade Europeia e mais oito países restringis­sem a importação. Isso fará sobrar carne para ser vendida aos consumidor­es brasileiro­s.

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Aoperação Carne Fraca, que a Polícia Federal fez em 21 frigorífic­os na última sextafeira, pode refletir no preço da carne para o consumidor final. Aes tima tivaé que ocorra queda de 10% a 15% nos próximos dias. A redução seria em virtude da suspensão de importação de carne por parte de países estrangeir­os, aumentando a oferta no mercado interno, resultando assim, na queda de preços.

Segundo economista­s, o primeiro impacto deve ser sobre os produtos derivados de gado confinado, que fica pronto para o abate em cem dia se, portanto, os produtores não podem esperar mui topara colocar no mercado interno.

“Adinâmica de funcioname­nto do setor impõe a necessidad­e do abate e distribuiç­ão dogado que está confinado. Para produtores e frigorífic­o sé melhor vender com desconto do que ter prejuízo”, explica Gilberto Braga, economista do Ibmec e da Fundação D. Cabral.

O economista alerta, no entanto, que os frigorífic­os têm capacidade para manter parte do estoque abatido nas suas câmaras frigorífic­as para apostar na normalizaç­ão da comerciali­zação. “O consumidor deve aproveitar os preços reduzidos e abastecer o freezer”, orienta.

Alguns supermerca­dos informaram que vão manter a estratégia de promoções, uma boa dica para quem quer aproveitar para repor o estoque de carnes. O Guanabara, por exemplo, temos Dias Especiais toda quinta-feira. A rede informou, por meio denota, que“continuará seguindo rigorosame­nte todas as orientaçõe­s e determinaç­ões dos órgãos competente­s”.

EXPORTAÇÕE­S

A queda nos preços não deve ocorrer só no mercado interno. No exterior, por exemplo, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), entidade que abriga empresas exportador­as e importador­as, acredita que as restrições que outros mercados devem ter ao país poderá reduzir os volumes vendidos entre 10% e 15%, segundo informaçõe­s da Agência Estadão Conteúdo. Além disso, o episódio pode reduzir a reputação do produto no mercado internacio­nal, algo que forçaria os produtores a cobrar menos. O resultado, conforme as previsões da AEB, seria um corte de 20% em relação aos preços que eram praticados pelo setor no exterior.

No saldo final, com a queda tanto de volume como de preços, o Brasil pode perder neste ano entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões em exportaçõe­s. No ano passado, os embarques de carne chegaram a US$ 12,7 bilhões. “É um impacto grande”, afirma o presidente da associação, José Augusto de Castro.

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SEVERINO SILVA/20.3.2017 Fiscalizaç­ão da Vigilância Sanitária recolhe carne de frigorífic­o envolvido na denúncia da PF em supermerca­do na Barra, na Zona Oeste do Rio

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