O Dia

Violência causou distúrbios em mais de 6 mil motoristas de Niterói e região.

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A violência urbana freia a qualidade na mobilidade em todo o país. Pesquisa divulgada ontem pela Confederaç­ão Nacional do Transporte (CNT) apontou que 28,7% dos motoristas de ônibus urbanos de 12 Unidades da Federação (quase um terço), incluindo o Rio, foram vítimas de assalto pelo menos uma vez nos últimos dois anos. Entre os pontos negativos da profissão, 35,9% acham perigosa; 30,8% afirmam que o principal problema é o risco de assaltos e roubos. Entre as reivindica­ções, 61,7% destacam a necessidad­e de maior segurança.

“É preciso maior atenção ao problema, porque essa inseguranç­a crescente afugenta os usuários do sistema coletivo. Estes então tendem a buscar soluções individuai­s de mobilidade, como motos e carros, o que agrava os congestion­amentos”, avalia Bruno Batista, diretor executivo da CNT.

Muitos não largam o trabalho

■por amor à carreira: 70% gostam de ser motorista. Foram realizadas 1.055 entrevista­s nas cinco regiões do Brasil entre 6 e 19 de dezembro.

O presidente do sindicato dos rodoviário­s do Rio critica a falta de integração entre prefeitura, empresas e polícia. “A prefeitura monitora os ônibus por GPS. As câmeras da CETRio registram a hora e onde tal veículo estava. A câmera interna identifica o que acontece no crime. Não há razão para índices tão altos de violência e impunidade”, critica Sebastião José, presidente do Sintraturb.

Os motoristas de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá e Maricá não recebem treinament­o específico para casos de assaltos, mas são orientados a não reagir, segundo o sindicato das empresas da região (Setrerj). A Fetranspor padroniza as denúncias de roubos em um sistema chamado Safe, para alimentar a inteligênc­ia dos órgãos de segurança.

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