ROTINA INFERNAL
Homem mantém 30 reféns por mais de uma hora em ônibus na Avenida do Contorno e, quando ação da polícia termina, outro coletivo é assaltado no local
Oassalto com reféns em um ônibus da linha 409M (Alcântara-Niterói), ontem de manhã, em um dos acessos à Ponte Rio-Niterói, chamou atenção para a rotina de medo vivida por passageiros. Jhon Lenon Silva Barbosa, de 25 anos, manteve sob ameaça com uma arma de plástico 30 passageiros por mais de uma hora, na Avenida do Contorno, e acabou se rendendo, às 9h50, em um cerco policial que começou com uma blitz da Polícia Rodoviária Federal. Uma hora mais tarde, quando acabou a ação que parou a região e foi transmitida ao vivo pela TV, um coletivo da linha 143M (São Gonçalo-Niterói) já era roubado na mesma via, a 300 metros dali.
“Os bandidos traçam uma estratégia e atacam sempre nesta região. Todo dia é isso”, desabafou o motorista do segundo ônibus assaltado, Romeu da Silva, de 48 anos. Neste caso, o ladrão conseguiu fugir com o dinheiro e pertences do motorista e de um passageiro.
Na primeira ação, o motorista do 409M, Ailton Tavares de Oliveira, de 43 anos, conseguiu avisar policiais que estavam no início da blitz e o ônibus foi parado pela PRF. “O assaltante mandou eu seguir em direção à Ponte Rio-Niterói, masa polícia conseguiu cercar o veículo ”, lembrou o motorista.
A administradora Janete Schmidit lembrados momentos de terror .“Lembrei docasodo ônibus 174, no Rio, (quando um assalto terminou com uma refém e o bandido mortos pela polícia, em 2000) e achei que fosse acontecera mesma coisa. Ele repetia que ia morrer, mas que antes mataria alguém. Perguntei se não existia outra forma de conseguir dinheiro, ele respondeu que assaltar ônibus era o meio mais fácil ”, comentou.O tenente-coronel da PM, Fábio da Silva Marçal, que participou da negociação, disse que o assaltante exigiu a presença da esposa e dos filhos. “No início, foi difícil porque ele achou que a polícia fosse entrar atirando. Quando a esposa chegou, ele ficou mais tranquilo. Depois de ouvir os conselhos dela, o assaltante libertou os reféns e se entregou ”, explicou. Após arendição,é que veio a surpresa: ele usava apenas uma réplica de arma, de plástico. Cerca de 20 celulares e dinheiro foram apreendidos como acusado.