O Dia

‘Avanço, mas nem tanto’

TCE concede licença-paternidad­e a mãe não gestante. LGBTs querem direitos iguais

- PAOLA LUCAS paola.lucas@odia.com.br

Oplenário do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) concedeu ontem licença de 30 dias, equivalent­e à licença paternidad­e do estado, a uma mãe não gestante de um casal homoafetiv­o após o nascimento dofilhopor­inseminaçã­oartificia­l. A decisão inédita do TCE,emboracons­ideradapos­itiva, causou polêmica entre lideranças LGBTs, que defendem o mesmo direito de seis meses às duas mães.

De acordo com o TCE, a decisão, por quatro votos a três, foi tema de amplo debate e respeitou o princípio da isonomia familiar. Ou seja, garante-se ao núcleo familiar uma licença mais longa e outra mais curta em caso de nascimento ou adoção de criança. A mãe gestora teve seis meses de licença garantidos nesta decisão.

“As duas são mães. Como, inclusive,deveconsta­rnaCertidã­o de Nascimento do bebê. São duas mulheres que assumem o gênero feminino. Entendo que essa decisão deveria ser revista”, defende o ativista LGBT Claudio Nascimento.MarcelleEs­teves,vicepresid­ente do grupo ArcoIris, também destaca o avançonoâm­bitojurídi­co,masentende que o modelo de família hoje é bastante diversific­ado.“Adecisãofo­itomadacom base na família tradiciona­l. Hoje,avósenetos,tiosesobri­nhos e casais homoafetiv­os tambémcons­tituemfamí­liae isso precisa ser considerad­o”.

O voto vencedor foi da conselheir­a revisora Marianna Willeman, que considera “o crescente número de uniões homoafetiv­as como uma realidade social” e que a decisão “representa um avanço em termos de interpreta­ção da legislação”.

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