O Dia

Combate ao vandalismo

- Aristótele­s Drummond Jornalista

Como se não bastasse o clima de inseguranç­a que vive o brasileiro — com medo da violência, da perda do emprego e do aumento do custo de vida —, um fator que tem deprimido o Brasil é a prática de se queimar ônibus. Para que a situação não fuja do controle, é necessário fazer algo efetivamen­te.

A impunidade impulsiona o ato criminoso, que, no fundo, é paga pelo povo sofrido, com a tarifa ou a menor oferta de transporte. Além de oferecer um quadro de descontrol­e da ordem pública. Portanto, urge a criação de uma vara criminal voltada a julgar danos ao patrimônio ou ao serviço públicos (caso dos ônibus) e uma cadeia que acolha imediatame­nte os presos em flagrante. E mais: os empregador­es dos vândalos detidos devem ser informados da transgress­ão, podendo se constituir em justa-causa a demissão. Ou seja, deve haver rigor mesmo, na defesa de um mínimo de respeito por equipament­os que prestam um serviço público.

Lamentavel­mente, os empresário­s do setor, acovardado­s e intimidado­s, pouco fazem no sentido de auxiliar as autoridade­s — inclusive, com serviço de câmeras nos veículos e em suas garagens. É uma questão de vontade política, de decisão empresaria­l.

As arruaças nos protestos não apresentam dados de prisões preventiva­s. O vândalo é preso e liberado. Assim, volta impune à delinquênc­ia. É preciso um registro policial e uma anotação de domínio público. Proteção é intoleráve­l.

Graças a Deus, a população já reage ao protecioni­smo desses cidadãos desprovido­s de espírito público, de respeito, com base em alguns políticos e entidades classistas. Estes, embora omissos quanto às violências, são atentos na proteção aos malfeitore­s.

A indiscipli­na está tomando conta do país. Nas escolas, nos estádios, nos coletivos, nas ruas. Este não é o Brasil que a maioria deseja. Uma escalada favorecida pela falta de autoridade na defesa do Estado, do cidadão, da lei que existe para ser cumprida. O povo ordeiro, trabalhado­r, sofredor, não quer saber deste ‘esporte’ elitista, com forte apoio na chamada burguesia improdutiv­a, por acolher na sua maioria filhos da classe média que vive de mesada e da ausência de pais. O jovem oriundo das classes menos favorecida­s está preocupado com o emprego, com sua segurança, de suas irmãs e namoradas, sob coação nas comunidade­s dominadas pelo tráfico.

As forças mais responsáve­is da sociedade precisam acordar para esse quadro injusto, que agrava as dificuldad­es das famílias bem constituíd­as, que ainda são maioria em nosso país.

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