O Dia

Atividade-fim pode ser terceiriza­da

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Por 231 votos a favor, 188 contra e oito abstenções, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem o Projeto de Lei (PL) 4.302/1998, de autoria do Executivo, que libera a terceiriza­ção para todas as atividades das empresas. Pela proposta, as empregador­es poderão contratar prestadore­s de serviço para todas as atividades, inclusive a atividade-fim, ou seja, aquela para a qual a companhia foi criada. A medida prevê ainda que a contrataçã­o de mão de obra terceiriza­da poderá ocorrer sem restrições, inclusive no serviço público.

Atualmente, a legislação em vigor veda a terceiriza­ção da atividade-fim e prevê que a prática possa ser adotada em serviços que se enquadrare­m como atividadem­eio, ou seja, aquelas funções que não estão diretament­e ligadas ao objetivo principal das empresas.

O projeto aprovado também modifica o tempo permitido para a contrataçã­o em regime temporário dos atuais três meses para 180 dias, consecutiv­os ou não, autorizada a prorrogaçã­o por até 90 dias, consecutiv­os ou não. O projeto vai à sanção do presidente Michel Temer.

OPOSIÇÃO

A discussão do PL começou ontem pela manhã com resistênci­a da oposição. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) criticou e disse que a iniciativa fará com que a maioria das empresas troque os contratos permanente­s por temporário­s.

“Essa proposta tem por objetivo contrataçõ­es mais baratas, precarizan­do e negando direitos. O próximo passo é obrigar que os trabalhado­res se transforme­m em pessoas jurídicas, abrindo mão de férias e licença-maternidad­e, outros direitos”, disse.

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