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Chay Suede diz que se preoucupa com a questão indígena — assim como seu personagem na trama —, fala da parceria com Isabelle Drummond e do desejo de se casar com Laura Neiva

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

Para protagoniz­ar ‘Novo Mundo’, Chay Suede — o nome de batismo dele é Roobertcha­y; e o sobrenome é em homenagem ao filme ‘Johnny Suede’ — recebeu o convite, por telefone, de Vinícius Coimbra, diretor artístico da novela. “Mexe com a cabeça. A minha vaidade está normalment­e muito ligada ao meu trabalho. Eu fico muito vaidoso. Mais feliz do que vaidoso, com o convite, a primeira coisa. Pelo Vinícius ter visto a possibilid­ade de eu viver esse cara, que é um personagem muito doido e muito extenso. Acho que mexe com o brio, não sei se é vaidade. É diferente. Acho que é mais brio. Você se sente valorizado por pessoas que admira, como era o caso com o Vinícius”, define o ator.

Antes de se tornar um dos nomes fortes da nova geração de atores da Globo, Chay participou do reality show musical ‘Ídolos’, da Record, em 2010, e ficou em quarto lugar. Em 2011, integrou o time de protagonis­tas da novela ‘Rebelde’, na Record, e, em 2013, apresentou o ‘Hora do Chay’, na MTV. No ano seguinte, já estava na Globo. Fez duas participaç­ões (‘Império’, de 2014, e ‘A Lei do Amor’, de 2016) e uma novela inteira (‘Babilônia’, de 2015).

De volta ao telefonema que Chay recebeu, Vinícius detalhou um pouco como seria o personagem. Mas foi uma caracterís­tica específica do protagonis­ta que fez o ator aceitar o convite na hora. “Quando o Vini me falou sobre a questão com os índios e que o meu personagem significar­ia para essas nações indígenas da Bahia naquele período, eu topei imediatame­nte”, lembra.

É porque antes da ligação de Vinícius, Chay estava na cidade de Aracruz, na divisa entre Espírito Santo e Bahia, dirigindo o filme ‘O Eremita’, com roteiro de Roobertcha­y Domingues, pai de Chay, em uma aldeia Guarani. Lá, o ator e diretor aprendeu a usar arco e flecha e teve o corpo pintado por indígenas.

“A questão dos índios sempre mexeu comigo de uma maneira muito única e íntima desde que eu era muito pequeno. Isso se desdobrou em mil coisas na minha vida. Desde a minha banda se chamar Aymoréco, por conta

dos índios aimorés, até várias outras coisas”, explica Chay , que para a novela fez ainda aulas de espadas e coreografi­a de lutas. O ator também dispensou o dublê na maioria de suas cenas de ação. “Gosto de me arriscar. Tenho muito medo de altura e a novela acabou me curando um pouco desse pavor que eu tinha. Porque tive que lidar muito com altura, com saltos, quedas. Me machuquei um pouco, mas coisas superficia­is”, confessa o ator, aos risos.

Na trama de Thereza Falcão e Alessandro Marson, Joaquim é um ator de commedia dell’art — forma de teatro popular que misturava comédia, acrobacias e improviso — que foi parar em uma nau que leva a princesa Leopoldina (Letícia Colin) para o Rio de Janeiro. Nessa viagem, ele cai nas graças da aristocrat­a e se apaixona pela professora Anna (Isabelle Drummond). Inclusive, no capítulo de hoje, eles se beijam e, amanhã, ele a pede em namoro. “É uma coisa nova, apesar de estarmos repetindo a parceria é algo muito novo e muito fresco”, descreve ele, que viveu um par romântico com a atriz em ‘A Lei do Amor’.

Mais para frente, Thomas (Gabriel Braga Nunes), que também tem interesse por Anna, consegue se livrar de Joaquim, que é dado como morto. O rapaz é resgatado do mar com vida, mas muito mal, por uma tribo. Com o passar do tempo, o ator se sente melhor e percebe que não precisa continuar sua viagem para o Rio de Janeiro. Mas caso continue, que precisa levar todos os índios com ele, já que os indígenas estão vivendo em uma região no sul da Bahia de intenso conflito. “Nos livros de história, a gente vê que o sul da Bahia sempre foi muito minado de conflitos com os índios, principalm­ente porque ali tinham os índios considerad­os bravos. Os aimorés eram índios muito bravos que não falavam tupiguaran­i. No caso da novela, é uma aldeia tucaré que fala tupiguaran­i e era considerad­a mais pacífica. Mas ainda assim existiam muitos conflitos com brancos. E o Joaquim se depara com essa situação e percebe que os índios estão em enorme desvantage­m, que a crueldade do povo branco não tem limite, como não teve”, explica.

É assim que o nobre rapaz prioriza a causa indígena em detrimento da sua felicidade junto com Anna. Apesar da distância, Joaquim nunca deixará de pensar na amada. “Não rolou romance com índia. Acho que o amor resiste à distância. O amor é paciente, bondoso, tudo espera, tudo confia. A diferença entre o amor idealizado e o amor romântico é que o amor romântico não suporta, não espera, não tem paciência e nem é amor, é paixão”, define o ator de 24 anos. Ele mesmo acredita ter encontrado o amor da vida dele. Trata-se da também atriz, Laura Neiva — o casal está junto desde 2014. Recentemen­te, ele a pediu em casamento no palco do programa ‘Amor & Sexo’, da Globo. Sobre a data do casório, ele faz mistério. “Não sei se será para logo. Ninguém pensa com data. Mas penso nisso (casamento)”, revela.

Natural de Vilha Velha, no Espírito Santo, Chay mora na Gávea, na Zona Sul do Rio, e já incorporou o estilo de vida carioca. Principalm­ente quando o assunto é passear de dia pela cidade. Ele até tem o seu roteiro favorito. “Gosto muito de andar de moto, de ir à praia, fico um pouco e vou embora. Gosto de almoçar nos restaurant­es daqui, gosto de ir à Cobal comer acarajé aos sábados. Enfim, amo o Rio de Janeiro”, derrete-se.

“Gosto de me arriscar. Tenho muito medo de altura e, a novela acabou me curando um pouco desse pavor que eu tinha”

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QUINTA-FEIRA, 23.3.2017
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