Lançamento carente de novidade
Renault Captur tem forma, mas pouco conteúdo. Apesar do visual inovador, mecânica é velha
Recém-lançadonoBrasil, o Renault Captur chega para tentar ser uma opção mais sofisticada do que o Duster, mas somente o faz de forma parcial e bem modesta. Isso porque a evolução é visual e de equipamentos. Mecanicamente, o novato e o veterano são o mesmo carro.
No Brasil, um mercado automotivo inferior aos protagonistas globais — EUA, Europa e China —, o Captur é montado sobre a plataforma do Duster. Ela é velha e inferior a do Clio europeu, que é usada lá no Velho Continente. O que isso significa? O Captur brasileiro é um Duster atualizado, poderia até levar o nome do irmão com o adjetivo de ‘novo’. Na experiência de dirigir, nada muda, prevalecendo uma receita aceitável, mas sem agregar novas emoções.
Para quem classifica o design como fator preponderante, aí sim. As linhas da novidade são dotadas de beleza, foge um pouco do padrão do segmento e agrada aos olhos. No interior do modelo, o encanto acaba: o acabamento não representa um salto de qualidade tremendo em relação ao Duster, como acontece do lado de fora. São materiais plásticos simples, com uma pitada do preto piano da moda no painel, quadro de instrumentos bacaninha e aquele controle de ar-condicionado (que não é digital) pouco prático. O bom Media NAV, a central multimídia, segue bem-vinda e aqui está.
MECÂNICA
O Captur brasileiro pode ser equipado com o motor 1.6 SCe — este um novo propulsor de 120 cv — ou o velho 2.0 de 143/148 cv e 20,2/20,9 kgfm de torque (gasolina e etanol), que testamos. Completa a versão avaliada o obsoleto câmbio automático de quatro marchas e a tração dianteira — não há 4x4.
Tal casamento de motor e câmbio não são referência de desempenho e economia de combustível. Houve aperfeiçoamento nas trocas de marchas, que estão bem suaves em condução civilizada. Quando é necessário uma retomada,