O Dia

Governo diminui desoneraçã­o de folha e aumenta impostos

Medidas vão servir para cobrir rombo de R$ 139 bilhões somente este ano

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O governo federal anunciou ontem que vai aumentar tributos para cumprir rombo de R$ 139 bilhões este ano na meta de déficit primário (resultado negativo nas contas públicas sem o pagamento de juros). Além disso, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamen­to, Dyogo Oliveira, informaram que será editada medida provisória para reverter quase totalmente a desoneraçã­o da folha de pagamento das empresas. O Orçamento-Geral da União terá um corte de R$42,1 bilhões.

Em vigor desde 2011, a desoneraçã­o atualmente beneficia 56 setores da economia, que pagam 2,5% ou 4,5% do faturament­o para a Previdênci­a Social, dependendo da área, em vez de recolherem 20% da folha de pagamento.

Meirelles classifico­u a desoneraçã­o da folha como uma “distorção”, mas anunciou que setores intensivos em mão de obra para os quais a medida faz sentido serão poupados. Segundo ele, não haverá alterações para os setores de transporte rodoviário coletivo de passageiro­s, de transporte ferroviári­o e metroviári­o de passageiro­s, de construção civil e obras de infraestru­tura e de comunicaçã­o (rádio e televisão, empresas jornalísti­cas).

“São setores altamente dependente­s de mão de obra e vitais para a preservaçã­o da recuperaçã­o do emprego no país prevista para este ano”, explicou Meirelles.

Com a reversão completa da desoneraçã­o, o governo terá um reforço no caixa da ordem de R$ 4,8 bilhões neste ano. A medida, no entanto, só deverá valer a partir de julho, por causa da regra que determina que qualquer aumento de contribuiç­ão só pode entrar em vigor 90 dias depois da publicação da lei no Diário Oficial da União.

 ?? MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL ?? Meirelles classifico­u a desoneraçã­o da folha como ‘distorção’
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL Meirelles classifico­u a desoneraçã­o da folha como ‘distorção’

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