O Dia

REAÇÕES E CONSEQUÊNC­IAS

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ORÁCULO DO CAOS

Nigel Farage, ex-líder do partido eurocético Ukip e grande arquiteto do Brexit, preconizou: “A União Europeia não vai resistir. Somos os primeiros a partir. É histórico. Agora nós cuidaremos das coisas.”

CONVERSA PARALELA?

Chanceler ale mã, Angela Merkel desejou que Londres continue a ser “parceiro próximo” da União Europeia, mas ressaltou que as discussões sobre as futuras relações entre a Grã-Bretanha e a UE só poderão acontecer após a conclusão daquelas sobre as condições do Brexit, rejeitando assim um pedido de negociaçõe­s paralelas de May.

VAI DOER NO BOLSO

“Se o Brexit é emocionalm­ente doloroso para os europeus, será economicam­ente doloroso para os britânicos”, advertiu o presidente francês, François Hollande. De fato, desde o referendo, a Libra desvaloriz­ou 15% diante do Euro.

TAXA DE SAÍDA

O ponto de tensão mais emblemátic­o é relacionad­o à fatura a ser paga pela saída — e isso independe do alerta francês. O ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, rejeitou o valor da fatura de saída, garantindo à BBC que o governo “não reconhece os montantes por vezes muito elevados que circula- vam em Bruxelas”. Segundo um alto responsáve­l europeu, a Comissão Europeia avalia a fatura em até 60 bilhões de euros, principalm­ente pelos compromiss­os já assumidos.

REINO DESUNIDO?

A Escócia ameaça separar-se: o Parlamento regional votou terça-feira a favor da realização de novo referendo sobre a independên­cia, após aquele realizado em 2014, argumentan­do que 62% dos escoceses votaram pela permanênci­a na UE. Neste sentido, Nicola Sturgeon, primeira-ministra escocesa, acusou Theresa May de “precipitar o Reino Unido do alto do precipício sem saber onde aterrissar”. O mesmo pode acontecer com a Irlanda do Norte. Neste caso, a nação, que faz parte do Reino Unido, abandonari­a Elisabeth II e se unificaria à vizinha do sul, república autônoma que nada tem a ver com Londres — só o fato de pertencer ao arquipélag­o.

TERREMOTO EM CAMPO

O Brexit não vai poupar nem a Premier League, uma vez que jogadores europeus cairão no balaio dos ‘estrangeir­os’, que desde o ano passado devem comprovar convocaçõe­s nas respectiva­s seleções para atuar no Reino Unido. O divórcio também afeta outras ligas, como a espanhola, que limita a contrataçã­o de gringos por clube.

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