O Dia

O Rio em explosão!

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Mais uma vez a população do Rio de Janeiro é surpreendi­da pelo aumento da violência e da criminalid­ade na cidade maravilhos­a. Mas desta vez com as constantes ocorrência­s de explosão a caixas eletrônico­s instalados nos bancos e comércios dos bairros cariocas, inclusive na zona sul que era considerad­a até pouco tempo uma ilha de segurança.

Esses casos não podem ser considerad­os isolados ou obra do acaso, pois marcam assustador­amente a presença das facções criminosas de São Paulo unidas aos bandidos do Rio de janeiro, principalm­ente o temido e estruturad­o PCC (Primeiro Comando da Capital), que já possuía há anos expertise neste tipo de crime, acesso a explosivos e conhecimen­to técnico para operá-los, transforma­ndo esses ataques em verdadeira­s operações de guerra, inclusive com o uso de armamentos restritos às Forças Armadas.

No último ano, tivemos mais de 50 casos deste tipo de crime e, recentemen­te, presenciam­os assustador­es cinco casos, números muito além dos 30 praticados no ano de 2015, quando os bandidos do PCC vinham realizar seus crimes por aqui em carreira solo ou dando suporte aos bandidos locais.

Todo esse avanço da criminalid­ade se dá graças à falência do Estado do Rio e, consequent­emente, das políticas de segurança pública, com uma polícia desmotivad­a, com salários atrasados, equipament­os sucateados e sem a menor estrutura operaciona­l e condições dignas de trabalho, levando a uma diminuição do efetivo e patrulha nas ruas, reduzindo o poder de repressão e pronta resposta exercida pela Polícia Militar.

O mais assustador é que a chegada de uma facção mais estruturad­a, com mais recursos financeiro­s, pode acarretar no aumento de outros crimes, como arrastões em vias e túneis públicos, sequestros, extorsões, assaltos a bancos e estabeleci­mentos comerciais, como vem acontecend­o a diversas joalherias pela cidade, e no aumento do poder bélico dos traficante­s cariocas que já estão sendo abastecido­s por essa facção criminosa em troca da sociedade no lucro com a venda de drogas.

Infelizmen­te, enquanto o Estado não se reestrutur­ar e desenvolve­r uma política séria de combate à criminalid­ade, dando adeus ao falido programa de unidades de polícia pacificado­ra que em nenhum momento trouxe a paz ou resgatou para o Estado o domínio territoria­l armado imposto pelos traficante­s nas comunidade­s, a sociedade de bem será vitima dos acontecime­ntos e refém da criminalid­ade.

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José Ricardo Rocha Bandeira Especialis­ta em Segurança Pública

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