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Falta de correção na tabela é criticada por auditores fiscais
Aampliação da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda, como defendem diversas entidades, entre elas o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), está em “conversas” dentro do governo, informou ontem o presidente Michel Temer.
Em entrevista a rádios regionais, o presidente afirmou que o governo considera a possibilidade de ampliar a faixa de isenção, conforme pleiteado. Mas que é uma mudança “complicada”. Questionado, Temer disse que “houve apenas uma primeira conversa para verificar se seria possível” e que “ainda não há nada concreto”.
A não correção da tabela do Imposto de Renda representa que mais pessoas deixsam de fazer parte dos que têm direito à isenção. De acordo com levantamento do Sindifisco Nacional, a defasagem representa uma “bocada” e tanto no bolso dos trabalhadores: 83%. “Se a tabela fosse corrigida pela inflação, muita gente que paga imposto hoje ficaria isenta”, alerta Claudio Damasceno, presidente do sindicato.
DE R$ 1,9 MIL PARA R$3,4 MIL
Na avaliação de Damasceno, caso o governo aplicasse a correção de 83% a faixa de isenção saltaria de R$ 1.903,98 para R$ 3.460,50. Cálculos feitos pelo Sindifisco, mostram que os trabalhadores que recebem entre esses dois valores não deveriam pagar IR.
“Ao não fazer a correção da tabela, o governo cobra Imposto de Renda de quem deveria ser isento”, alerta. Damasceno acrescenta ainda que “a cada ano, o contribuinte está pagando mais de IR porque as correções não recompõem as perdas de duas décadas. É preciso reajustar a tabela para que a defasagem não funcione como um mecanismo de injustiça tributária”.
A afirmação do presidente do Sindifisco encontra coro na Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). “Praticamente estamos pagando o dobro de Imposto de Renda. O governo está pensando em corrigir o IR em 5%, mas somente para este ano”, alerta Roberto Vertamatti, diretor da Anefac.
Já Luiz Antonio Benedito, diretor jurídico da Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco), pondera que quando o governo corrige a tabela do Imposto de Renda ele faz uma tributação mais justa.
“E é justamente isso que não está ocorrendo. Sem a correção, o governo está ‘disfarçadamente’ aumentando o imposto”, avalia Benedito.