O Dia

A FRAGILIDAD­E DO ‘DOMINGO ESPETACULA­R’

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Éde se elogiar a forma como foi conduzida a entrevista com Marcelo Rezende na Record. O repórter Raul Dias Filho, experiente, foi preciso no seu trabalho, sem qualquer apelo ao exagero, limitando-se apenas a perguntar o que tinha que ser perguntado. E auxiliado pela postura do entrevista­do. O espelho do programa esperou até as 9h da noite, para colocar a matéria no ar, para coincidir com o início do concorrent­e ‘Fantástico’.

Até aí nada contra, apenas e tão somente a declarada intenção de se tirar proveito de uma situação. Natural que o depoimento do Marcelo, pela primeira vez falando da sua doença, viesse a chamar atenção de um público que o ‘Domingo Espetacula­r’ normalment­e não tem. Algo perfeitame­nte lógico de ser usado, como uma ocasião como poucas, de se capturar um público novo.

Só que não. A sua direção, antes da entrevista, não se preocupou com a “sala de espera”. Ao contrário. Entre outros bichos, ficaram quase 20 minutos falando da saúde dos peixinhos ou mostrando o Álvaro Garnero em um jantar na Turquia. Como programaçã­o de atrações, um completo festival de ananases. É aquilo que se repete sempre por aqui: fazer televisão não é tão difícil assim. Ou as pessoas não estão dispostas a fazer ou não aprendem de jeito nenhum.

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