Escola para a vida
Deveria ser algo elementar: a escola educar para avida—mas nãoé.His to ricamente, os currículos sempre foram conteudistas, privilegiando excessivamente a formação acadêmica em detrimento da formação humana. Por conta disso, o aluno pouco aprende alidarcom situações comuns ef requentes da vida. Situações quere queremo reconhecimento das suas emoções e das emoções dos seus pares, a autocrítica e a autonomia para tomar decisões.
Na Educação, muito tempo foi dedicado( oqueé correto) para o desenvolvimento de metodologias, formas de ensina rede conteúdos; porém, pouco foi discutido acerca da complexidade humana, da sensibilidade do ofício de ensinar e de aprender, da criticidade do trabalho que constrói a práxis pedagógica.
Para compreendermos a escola de hoje,épre ciso lançar um olhar sobre a história. A partir da Revolução Industrial, a sociedadeburguesa consolidou a instrução escolar como prática que foi delineada mais para homogeneizaras diferenças e menos para permitir o pluralismo. É possível constatar essa concepção que se amalgamou ao longo do tempo, poisa escola também foi pensada co mouma fábrica. Dessa forma, a organização fabril serviria, c ons equent emente, como modelo. A solidificação do sistema capitalista no século 19 ditou parâmetros para a formação de uma educação elitizada, calcada em regras, vigilância e competição.
Foram forjados maneiras de pensarem odos de relação do homem com seu semelhante, com inegável influência na forma de educar. É preciso, portanto, trazer um pouco de humanidade ao ofício docente, que começa inescusavelmente pelo reconhecimentodo papel indispensável do professor. Reconhecer significa melhores salários e condições de trabalho, dentre outras coisas já tão debatidas atualmente.
É preciso construir uma escola que protagonize as relações interpessoais, a habilidade intrapessoal,a consciência do papel cidadão dedo centese discentes. Que seja geradora de conhecimentos construídos segundo princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários.
Eu costumo dizer que a escola éumaárvor eque abriga e ensina aos passantes à sua sombra. Sustenta os que se aconchegam e fazem seus ninhos e, como pássaros, alçam seus voos. Como diz Freire ,“não há educação for adas sociedades humana senão há homem no vazio ”. A escola deve edu carpara avida.