O Dia

Escola para a vida

- Eugênio Cunha Professor e jornalista

Deveria ser algo elementar: a escola educar para avida—mas nãoé.His to ricamente, os currículos sempre foram conteudist­as, privilegia­ndo excessivam­ente a formação acadêmica em detrimento da formação humana. Por conta disso, o aluno pouco aprende alidarcom situações comuns ef requentes da vida. Situações quere queremo reconhecim­ento das suas emoções e das emoções dos seus pares, a autocrític­a e a autonomia para tomar decisões.

Na Educação, muito tempo foi dedicado( oqueé correto) para o desenvolvi­mento de metodologi­as, formas de ensina rede conteúdos; porém, pouco foi discutido acerca da complexida­de humana, da sensibilid­ade do ofício de ensinar e de aprender, da criticidad­e do trabalho que constrói a práxis pedagógica.

Para compreende­rmos a escola de hoje,épre ciso lançar um olhar sobre a história. A partir da Revolução Industrial, a sociedadeb­urguesa consolidou a instrução escolar como prática que foi delineada mais para homogeneiz­aras diferenças e menos para permitir o pluralismo. É possível constatar essa concepção que se amalgamou ao longo do tempo, poisa escola também foi pensada co mouma fábrica. Dessa forma, a organizaçã­o fabril serviria, c ons equent emente, como modelo. A solidifica­ção do sistema capitalist­a no século 19 ditou parâmetros para a formação de uma educação elitizada, calcada em regras, vigilância e competição.

Foram forjados maneiras de pensarem odos de relação do homem com seu semelhante, com inegável influência na forma de educar. É preciso, portanto, trazer um pouco de humanidade ao ofício docente, que começa inescusave­lmente pelo reconhecim­entodo papel indispensá­vel do professor. Reconhecer significa melhores salários e condições de trabalho, dentre outras coisas já tão debatidas atualmente.

É preciso construir uma escola que protagoniz­e as relações interpesso­ais, a habilidade intrapesso­al,a consciênci­a do papel cidadão dedo centese discentes. Que seja geradora de conhecimen­tos construído­s segundo princípios éticos, democrátic­os, inclusivos e solidários.

Eu costumo dizer que a escola éumaárvor eque abriga e ensina aos passantes à sua sombra. Sustenta os que se aconchegam e fazem seus ninhos e, como pássaros, alçam seus voos. Como diz Freire ,“não há educação for adas sociedades humana senão há homem no vazio ”. A escola deve edu carpara avida.

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