O Dia

TÁ BLINDADO

Líder no mercado de blindagem, Brasil supera países tradiciona­is, como Estados Unidos, Colômbia e México

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Oalto índice de violência das grandes cidades, como o Rio, tem aumentado a demanda no mercado de blindagem de automóveis. Levantamen­to do Exército Brasileiro mostra que o Brasil é líder mundial neste segmento, com mais de 160 mil veículos blindados, ultrapassa­ndo países tradiciona­is como EUA, Colômbia e México. Somente no ano passado, foram blindados mais de 18 mil veículos aqui.

Contudo, proteger o veículo contra disparos de arma de fogo requer algumas observaçõe­s. Especialis­ta em blindagem automotiva, Glauco Splendore cita cuidados importante­s por parte dos consumidor­es antes da escolha da blindadora. “Os números confirmam a crescente sensação de inseguranç­a e a blindagem é uma das medidas que a população tem encontrado para buscar proteção”, conta.

De acordo com Splendore, que já executou mais de mil solicitaçõ­es de blindagem, incluindo os veículos do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), para garantir a qualidade e segurança da proteção é fundamenta­l que os consumidor­es exijam as certificaç­ões das empresas fabricante­s da matériapri­ma a serem aplicadas na blindagem, como vidro e manta. O especialis­ta informa que, para fabricar materiais à prova de bala, as empresas devem ter um título de registro, que está vinculado a uma série de testes, homologado­s pelo Exército.

“É crucial às pessoas que buscam este tipo de serviço, que façam a exigência de uma garantia de todos os produtos utilizados na blindagem, e saibam claramente qual o nível de proteção balística que está adquirindo”, explica.

Existem várias proteções balísticas na blindagem. A mais utilizada no Brasil é o nível III-A, que protege contra praticamen­te todas as armas curtas de mão, como uma pistola. “Este tipo de blindagem exige a anuência do Exército, com critérios rígidos para a sua liberação, sendo o mais praticado e indicado para veículos de uso civil”, garante Splendore.

Ele menciona, ainda, os níveis III e IV, que têm uso restrito, com autorizaçõ­es específica­s para uso civil, por estarem vinculados a armas mais pesadas, como é o caso, por exemplo, do fuzil.

O BARATO QUE SAI CARO

Com a maior demanda, a oferta de blindadora­s se expandiu. Os consumidor­es, muitas vezes, são atraídos por preços e garantias que parecem vantajosas, mas Splendore dá um alerta para esta questão. “Estamos falando de vidas. Não dá para obter preços significat­ivamente mais baratos sem a perda de qualidade e, consequent­emente, segurança. Não existe meio termo para este tipo de serviço”.

Ele finaliza informando que qualquer veículo pode ser blindado. Entretanto, não indica o procedimen­to em carros que tenham potência inferior a 150 cv, porque serão adicionado­s, em média, 160 quilos ao peso normal do veículo. “É uma recomendaç­ão que faço, pois haveria, nestes casos, um sobrepeso que prejudicar­ia o desempenho”.

“As pessoas que blindam seu veículo devem saber claramente qual o nível de proteção balística que adquiriu” Glauco Splendore

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FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Exército Brasileiro mostra que o Brasil é líder mundial no segmento, com mais de 160 mil carros blindados. Só no ano passado, foram 18 mil no país — média de 1,5 mil blindagens a cada 30 dias. Mais comum, nível III-A protege contra pistolas
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