Bebê morto: nova acusação contra médica
Além de inquérito apontado pelo DIA, mulher vai à delegacia registrar caso em que seu pai teria sido vítima
A médica Haydee Marques da Silva, de 59 anos, que negou socorro ao bebê Breno Rodrigues Duarte da Silva, de 1 ano e seis meses, morto na quarta-feira, foi alvo de outra denúncia feita por uma familiar de um homem que morreu após intervenção da profissional. O caso soma-se a um segundo relato de omissão, revelado pelo DIA na edição de ontem.
Após ver as notícias sobre a morte da criança, a auxiliar administrativa Vanessa Ribeiro Martins, foi à 16ª DP (Barra da Tijuca) denunciar a médica por negligência ao socorrer seu pai, Leonel Martins, morto em agosto do ano passado.
Um mês antes, a família de Leonel, que tinha 62 anos, solicitou uma ambulância — pois o homem sofria de um desconforto abdominal e precisava ser encaminhado ao hospital para ser submetido a uma lavagem estomacal. Chegando ao local, Haydee teria ficado irritada ao perceber que o senhor usava um tubo de oxigênio para respirar.
“Depois de reclamar e ficar irritada, ela levou meu pai sem o tubo de oxigênio alegando que o trajeto era rápido. Percebemos que meu pai foi ficando roxo e a técnica que cuidava dele pediu para ir junto. A médica não deixou, fez um escândalo e falou que não sairia com a ambulância enquanto a técnica de enfermagem não saísse do carro”, contou Vanessa.
Ainda segundo a filha de Leonel, o idoso chegou ao Hospital São Matheus quase morto. “Foram mais de 10 minutos sem oxigênio. Por causa disso meu pai ficou 30 dias internado, acabou pegando uma bactéria no hospital e faleceu”, relatou.
O outro caso ocorreu em 2010. Na 26ª DP (Todos os Santos), Haydee foi denunciada por suposta agressão a uma paciente, que queria fazer uma tomografia computadorizada na cabeça. O pedido foi negado pela profissional, dando sequência a discussão e agressões físicas dentro do Hospital Memorial Engenho de Dentro. Na Justiça, o processo foi extinto. Isso porque a denúncia, de lesão corporal leve, com pena de seis meses, foi feita apenas em fevereiro de 2013. Em outubro de 2014, a defesa de Haydee propôs uma transação penal, que foi o pagamento de uma cesta básica no valor de R$ 500,40. A cesta básica nunca chegou à associação que deveria ser destinada. Com isso, a punibilidade acabou extinta em junho do ano passado.
O corpo do bebê Breno foi enterradonatardedequintafeira, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Norte. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu uma sindicância para apurar o caso. A Unimed-Rio lamentouoocorridoedescredenciou a empresa Cuidar, onde Haydee trabalhava.