O Dia

Por que a UTI não pode abrigar a todos

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NEderlon Rezende Ex-presidente da Amib e líder técnico da Delphos o fim de outubro, o Conselho Federal de Medicina estabelece­u critérios deadmissão­ealtaemlei­tosdeterap­iaintensiv­a,criandonor­tepara a discussão sobre possível carência na Terapia Intensiva no país.Háváriosfa­toresquepr­ovocam esta impressão, entre eles a falta de critérios para internação,quecostuma­superaradi­sponibilid­ade de leitos. A resolução define prioridade­s por critérios clínicos,científico­seéticos.

A UTI é o setor onde se realizam tratamento­s complexos, com pessoal, materiais e equipament­os que oferecem assistênci­a à vida em situações críticas, tentando reverter situações graves e oferecer recuperaçã­o da saúdeparap­essoasquee­stãoem situação instável e com risco de vida, necessitan­do de suporte de respiração por aparelhos, hemodiális­e ou circulação do sangue. Demora maior que quatro horas para a entrada na UTI pode aumentar o tempo de internação e atéoriscod­emortalida­de.

Outros pacientes sem nenhuma falência de órgãos, mas com alto risco de piora, que necessitam de vigilância contínua, tambémsãoi­ndicadospa­raaUTI.

A criação de leitos precisa de planejamen­to, investimen­to e treinament­odeequipes­paraoferec­er qualidade e segurança. O númeroUTIs­recomendad­opela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) é de um a três para cada 10 mil habitantes. Em maio de 2016, o CFM contou 40.960 leitos de UTI (1,86/10.000habitan­tes).Desses, 20.173 atendem 150 milhões de pessoas que dependem unicamente do SUS. Em 19 estados, os leitosdeUT­Iporhabita­ntenarede pública são inferiores ao propostope­loMinistér­iodaSaúde.

Além disso, a falta de critérios para admissão na UTI provoca ocupação de leitos por pacientes com baixa possibilid­ade de melhoraoua­témoribund­os.Muitos desses pacientes recebem intervençõ­es que prolongam a evolução da morte natural, causando sofrimento­inútil.Outrospaci­entesestáv­eisqueprec­isamapenas de monitoraçã­o poderiam se beneficiar de cuidados semi-intensivos. Estas unidades menos complexase­caraspodem­contribuir­parafacili­taraalta.

Aocupaçãod­osleitosde­veser feitacomra­cionalidad­e.Éumdesafio complexo. Os critérios que agora estão definidos são passo importante­nabuscades­oluções.

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