O Dia

BARRA PESADA

Torcida protesta no CT contra a má fase do time. PM usa balas de borracha e spray de pimenta

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No primeiro dia de trabalho no Ninho, Everton Ribeiro viu a chapa esquentar. Houve protestos de torcedores e a PM usou spray de pimenta e balas de borracha.

Odia foi de protesto e confusão no Ninho do Urubu, com balas de borracha e spray de pimenta. A derrota por 2 a 0 para o Sport, quarta-feira, em Recife, ainda não foi digerida pelos rubro-negros. Longe dis- so. Cerca de 200 torcedores se reuniram na porta do Centro de Treinament­o, em Vargem Grande, para cobrar dos jogadores a fase ruim da equipe, em 14º lugar no Campeonato Brasileiro.

Na chegada ao CT, uma faixa ditava o tom: “Se damos a vida, exigimos que vocês deem o sangue.” Os torcedores chegaram a jogar alface sobre o carro de Conca achando que se tratava do veículo do goleiro Muralha, um dos principais alvos da ira, ao lado do técnico Zé Ricardo.

Na tentativa de garantir a segurança de quem chegava ao CT, sete viaturas da PM foram deslocadas para a entrada, que tinha o portão principal fechado. Também foram ouvidos gritos de “time sem vergonha” e “Bandeira, Bandeira, tá de brincadeir­a.”

VINICIUS JÚNIOR POUPADO

Poucos jogadores passaram pelos torcedores com o vidro do carro aberto, caso do garoto Vinicius Júnior, que estava de carona com Cafu. Outros, porém, se apressaram em entrar e foram xingados. Mancuello e Réver chegaram no mesmo veículo, que foi cercado, e só ingressou no CT após a intervençã­o da PM. Pouco depois, a maioria dos torcedores deixou o local, embora alguns tenham permanecid­o, na tentativa de serem recebidos por representa­ntes da diretoria, o que não aconteceu.

Ontem, o escalado para a coletiva foi o zagueiro Juan, de 38 anos, jogador com mais tempo de casa. Experiente, ele minimizou o tumulto na por- ta do CT. “Na verdade, a gente já esperava. Hoje em dia, com redes sociais, as coisas correm muito rápido, já sabíamos que teria protesto.” E acres- centou: “A torcida do Fla- mengo é muito exigente. O torcedor está no seu direito de protestar, mas sempre de forma pacífica.”

Juan defendeu Muralha: “Em nenhum momento colo- camos derrotas e vitórias em A, B ou C. Muralha é um jogador que há três, quatro meses, era goleiro de seleção brasileira. Não pode ter de- saprendido.” O técnico Zé Ri- cardo também ganhou o apoio do zagueiro: “Foi o tra- balho dele que elevou o Fla- mengo a esse patamar, o ní- vel de muitos jogadores. A cobrança precisa ser dividida com todo mundo.”

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Torcedores se concentrar­am na entrada do CT e colocaram faixa fazendo exigência aos jogadores
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REPRODUÇÕE­S/TWITTER
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No primeiro dia no Ninho, o meia Everton Ribeiro passou por avaliações e trabalhou na academia

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