Um partido liberal a favor da descriminalização das drogas e as apostas em participação direta
O Livres se difere do Podemos e do Avante em relação à clareza de seu recorte ideológico: é um partido fortemente ancorado no liberalismo (defesa da livre iniciativa, redução do tamanho do Estado, etc...). “Somos liberais em economia e também em comportamento”, diz Paulo Gontijo, presidente da legenda no Rio, citando como exemplo a defesa da descriminalização das drogas, bandeira mais comumente associada a partidos de esquerda.
O Livres (que, oficialmente, ainda é PSL e ainda nem entrou com pedido de troca de nome no TSE) também aposta em lideranças e eleitores mais jovens — o que também o diferencia, já que cerca de 70% dos 10,7 milhões de militantes partidários do país têm entre 35 e 59 anos. O partido não se alinha com o líder predileto de boa parte da direita brasileira. “Ainda não temos uma deliberação sobre candidaturas à presidência, mas, com certeza, Bolsonaro, não”, garante Gontijo.
Já o Avante não pode dizer que tem a mesma clareza ideológica do Livres. Mas a transformação do antigo PTdoB também passa pela proposta de criar espaço para a participação direta da população, anseio dos eleitores que se afirma diariamente pelas redes sociais. “Atendemos a esse chamado por mais espaços efetivos de participação política. Temos que estreitar os laços entre os cidadãos e as instituições políticas”, diz Luiz Tibé, presidente do partido.
O Avante abriga quadros de extrato ideológico bem variado. O combativo Silvio Costa (PE) simboliza de alguma forma esse perfil: o deputado federal emergiu de partidos de direita para brilhar como defensor da ex-presidente Dilma e hoje diz querer “reinventar a esquerda”.
Sobre o novo nome, definido em processo que vem desde o ano passado, com a ajuda de profissionais de comunicação, Tibé diz que “convida à ação, à mobilização e a união de um grupo na busca de soluções para o futuro”.