Amor ou doença: quando o virtual passa dos limites
Especialistas analisam tendência de namoros que não se concretizam na vida real
“Se você vier a sofrer não machucará sua imagem frente às outras pessoas e guarda a ideia de que pode sair ileso Haidée Piñao, psicanalista
Bo nita, elegante, descolada e, sobretudo, independente, a engenheira carioca X .( nome fictício ), de 37 anos, terminou umrel acionamento complica doque durou oi toanos. E decidiu procurar em festas e eventos sociais o antes sonhado ‘príncipe encantado’. Decepcionou-se novamente. Mas descobriu um anova‘ paixão ’: garimpar nos‘ cardápios’ dos aplicativos para namoro um “homem de verdade”, que a encantasse e merecesse o seu amor —e todo o seu valor. Assim, deixou de sair com as amigas e conhecer “homens reais” para mergulharem longas conversas pelo celular com seus pretendentes. Isolou-senos eu mundinho virtual .“Tenho medo de merel acionar novamente. Todos os rapazes que já conheci não me agradaram. São todos cafajestes ”, crava amoça, ques e recusa aconhecer pessoalmenteseus‘ pretendentes ’.
X.nãoéaú nica. Cada vez mais brasileiras( e brasileiros) estão preferindo relacionamentos virtuais, que nunca chegam ase materializar no plano físico. Em alguns casos,os novos namoros não envolvem apenas sexo virtual ouvoyer ismo digital, com trocasconstantes de‘ nu des’ ,m as incluem até mesmo crises de ciúme elongas‘ DRs ’, as discussões típicas dos relacionamentos reais. Anova tendência jáé sucessona telinha. Co mestreia prevista para o segundo semestre, a segunda temporada do reality show ‘Catfish Brasil’, da MTV, promete “desvendar os mistérios dos relacionamentos que nasceram na internet— e de lá nunca saíram!”, mergulhando em casos mal resolvidos de namoro virtual.
Seja por medo, insegurançaou até mesmo por questões econômicas, muita gente tem preferido namorar no sofá da sala ... mas sozinho, como celularna mão! Traumas do passado, baixa auto-estima, fuga da realidade... O que explica? E qual seria o limite entre um relacionamento virtual saudável e um patológico?
“Se sou capaz, na vida real, de produzir e manter relacionamentos amorosos ao longo da minha existência, então um relacionamento virtual pode ser considerado apenas uma opção passageira ou inicial de uma relação. O problema destaca-se naqueles que somente são capazes de estabelecer relacionamentos que sejam virtuais, excluindo as vivencias no mundo real ”, afirma o psicólogo Nicolau José Maluf Junior.
Para a psicanalista Haydée Côrtes Piña,orel acionamento poderás er chamado de patológico, virtual ou não, quando o sujeito só consegue obter prazer de uma única forma. “O indivíduo se vê limitado, outras vezes aprisionado, o que gerador e sofrimento ”. Segundo ela, pessoas que já sofreram no passado comrel acionamentosfracassados presencialmente tendem ase envolver mais dessa forma. Isso porque o relacionamento virtual oferece certa proteção e aparentecontrole.
Para a sexóloga Lelah Moneiro, relacionamentos podem evoluir para patologias se ficarem só no virtual .“Pode causara dificuldade de um envolvimento de fato. Às vezes apessoas e esconde atrás das câmeras, dote clado, e corre o risco denã os aber se apessoaé aquelam esma ”. Ela recomenda :“Se evoluir parau ma fantasia, precisa de uma terapia, e hoje a terapia é breve e ajuda bastante nestes casos”. Uma demanda e tanto para os consultórios terapêuticos.