O Dia

‘Amo poder participar da criação do Vai Fernandinh­a’

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Quando você fez o ‘Vai Fernandinh­a’ já pensava na segunda temporada?

Claro! Não tem como fazer e não querer que dê futuro. A gente precisava que o público gostasse. Dependia também da grade do Multishow.

Já vi alguns programas seus e é muito bom porque você tem uma certa intimidade com quem você entrevista. Na primeira temporada, sim. Já na segunda...

Pois é! Eu vi uns nomes aqui na segunda e são pessoas que eu acho que você não tem tanta intimidade... Tipo a Eliana, né? Isso! Tem gente que eu nuncatinha visto pessoalmen­te. Você nunca tinha visto a Eliana?

A Eliana eu conheço desde que eu tenho cinco anos de idade. Agora a Fafá de Belém, por exemplo, eu não tinha intimidade. Ceará e a Mirella Santos eu tinha visto pouco na vida... Teve um programa como o ‘Bom dia e Cia’ e foi muito legal. Nunca tinha visto Iudi, Maysa e Priscila na vida!

Me disseram que você tirou várias aspas boas! Você passou a ter um pouco esse olhar jornalísti­co?

Desde a primeira temporada, quando a gente fazia entrevista, a gente nunca tratava como entrevista e sim como um bate papo, justamente para as pessoas se sentirem à vontade de falar coisas que nunca falaram.

Mas era tudo pautado? Você se surpreende­u com alguma declaração?

Sim! Tudo pautado. Na segunda temporada agente quis aprofundar as entrevista­s um pouco mais, mas também deixar um clima bem à vontade para as pessoas. Gio van na Ewbanknunc atinha falados obre a adoção na televisão. E usou amigada Gio, conheço toda a história da Titi (filha dela) e, antes de começarmos agravar, falei para a Gio ficar à vontade para falar ou não sobre o assunto. Aí eu fiz a pergunta no meio da entrevista e ela abriu o coração. Agente chorou muito durante a entrevista. A Débora Nascimento também foi uma pessoa que abriu o coração falando sobre a época de modelo. Ela acabou contando a história de uma amiga dela que faleceu. A gente chorou. Thammy também falou muito da vida... Não foi pensado para ser assim, não é?

Não! Nem um pouco. Fiquei muito surpresa quando vi os convidados se abrindo daquele jeito. Eu li o livro do Thammy, por exemplo, e fiquei feliz ao vê-lo se abrindo e de alguma maneira ajudando tanta gente que vai ver o programa. Você consegue falar ele? Consigo. Na verdade eu fico tentando, né? Você não tinha muito contato com ele, não é? Não, não tinha.

Eu tinha e até hoje eu só falo ‘gata’ e ‘meu amor’, como se ela ainda fosse uma menina.

No começo do programa eu me refiro a ele como ela. Aí eu paro e falo: “Não. Espera aí que eu vou tentar”. E ele leva super de boa falar ele ou ela. Maseu errei emu mm omento e ele nem ligou, não ficou em nenhum momento irritado comisso. Na verdade, o programa deleéumd os melhores. É uma aula de amora o próximo.

Eu ainda não a vi assim porque eu falo muito por telefone. Mas foi só a Thammy ou Thammy com Gretchen?

Foram as duas juntas. É uma aula. Todas as mães que passam pela mesma situação com filhos transgêner­os e gays deveriam assistir para ter uma aula com a Gretchen. Você é o tipo de menina que alguém conhece sempre alguém parecida... É a típica brasileira do bem, sabe? Qual é o seu diferencia­l?

Leo, eu acho que vários fatores contribuem para que as pessoas gostem de você: eu ter crescido na televisão e ter crescido junto com essas pessoas... ‘Chiquitita­s’ hoje completa 20 anos. Eles me viram virar mulher, me viram entrar para a Globo, casar e crescer, me viram engordar, emagrecer... Isso acaba fazendo com que haja um certo carinho, uma certa intimidade com as pessoas. Outra coisa que contribuiu muito para isso foi a rede social. Ela fez com que as pessoas me conhecesse­m melhor. Eu tive voz. Eu não quero ser uma personalid­ade diferente das pessoas. Eu não quero ser o cabelo perfeito, o corpo perfeito... É óbvio que eu sempre vou dar o meu melhor até porque a gente trabalha com um meio que exige isso, mas ao mesmo tempo eu quero muito ser humana. A minha casa também tem vazamento como a das pessoas, eu também tenho espinha na cara, eu também engordo quando viajo...

Agora essa exposição tem um preço. Qual é o limite da sua exposição?

Tem vários limites. Eu não mostro a minha família. Minha mãe e minha irmã gostam de ser anônimas. O limite é quando chega perto da sua casa?

Ah, eu acho que é a sua segurança. Você pode falar o que quiser de mim: que eu sou chata, que eu sou legal... Mas não dá o meu endereço! Minha família não gosta de aparecer de jeito nenhum. Outro exemplo de limite é a minha relação com o meu marido. Quando eu tenho vontade eu posto, quando eu não tenho vontade eu não posto. Nunca fiz uma capa de revista com o Thiago. Mas teve proposta?

Sim, mas a gente não se sente à vontade. Eu tenho a minha carreira, o Thi já tem a dele... Acho que em seis anos a gente fez só uma campanha juntos, que foi a das Havaianas. É um produto que eu amo e que ele usa, então a gente topou fazer.

Mas rola uma curiosidad­e. Sua vida acaba sendo uma novela, né?

Eu entendo a curiosidad­e das pessoas. Não julgo, não me incomodo quando um paparazzi faz uma foto. O cara está cumprindo o trabalho dele. Você tem tempo hoje em dia para fazer novela?

Não dá para fazer a novela e o programa ao mesmo tempo, porque por mais que eu grave o programa em dois, três meses, ele exige muito de mim. Eu participo de todo o processo.

O programa tem muito de você e do seu jeito espontâneo. Você tem total liberdade de mexer no roteiro e na dinâmica das entrevista­s? Sim, é muito bom poder me envolver por inteiro no programa. Fazer parte da criação, do roteiro, escrever as hashtags, ajudar na escolha dos convidados. E ume envolvo no processo todo, desde a pré-produção até o momento das edições finais. Desde a primeira temporada, o Multishow me deu essa abertura. Eles queriam que o programa tivesse a minha cara, mas me sinto ainda mais envolvida nesta nova leva de episódios, estou participan­do ainda mais do roteiro e de cada assunto abordado, tanto com a equipe de criação, como com o Rapha (diretor Raphel Vieira), que é meu braço direito. Existe uma pesquisa profunda sobre o convidado. Cada roteiro é feito completame­nte baseado em cada um deles. Isso tudo é algo muito novo e diferente para mim, ainda tenho muito o que aprender em vários aspectos. Me sinto ainda começando. Mas você sente falta de fazer novela? Se não estivesse me comunicand­o de jeito nenhum, sentiria. Geminiano gosta de se comunicar. Se eu não estivesse fazendo o programa ou a peça ‘Meu Passado Não Me Condena’, sentiria falta. Amo fazer novela, nunca vou deixar de ser atriz. A tua peça é tão bem sucedida, não é?

Eu já estou no meu quarto ano e estava devendo uma temporada para São Paulo. Foi o único lugar em que fiz apenas três apresentaç­ões em casas de show, já que eu não conseguia ficar em cartaz por causa das novelas. Agora fico três meses aqui. Agora vem cá... Não está na hora de ter filhos?

Eu estou com o Thiago há seis anos, mas estou casada somente há dois anos. E nesses dois anos, Thiago e eu viajamos todos os finais de semana: eu fazendo peça e ele fazendo shows.

Mas quando você pensa no momento de ser mãe, você acha que vai ter que parar?

Eu gostaria de fazer isso daqui a algum tempo. Agora eu estou focada no ‘Vai Fernandinh­a’. Você pode analisar esses dois anos de casamento?

Fui oti pode pessoa que sempre disseque nunca ia casar. Quando eu falei para minha família queia casar, todo mundos e espantou. Ma sé porque o Thiago tinha muito esse desejo. O sonho da vida do Thiago era casar. E eu conversei co maminha mãe que estava embarcando no sonho dele. T hia gote mo spa isca sados há 35 anos. Meus pais se separaram quando eu tinha 3 anos. A primeira vez que eu vi meus pais junto sem um mesmo ambiente eu tinha 18 anos. Por aí você entende a visão de casam entoque eu tinha. Eu conheci oThi ago e elemo ravana casados pais e só saiu aos 32 anos para casar. Eu já morava sozinha desde os 19 anos. Eu nunca achei que fosse acontecer comigo, mas Deus, muito generoso, botou um príncipe nomeucamin­ho. Você achou que ia ser monótona a vida de casada?

Na verdade oque eu não sonhava era coma cerimônia! Queria constituir família, só não tinha o sonho da cerimônia. Vou te falar que foi o dia mais legal da minha vida até hoje! O me ucas amen toé algo que eu não sei descrever. Sério! Parecia que eu não estava na terra, me sentia flutuando eoThi ago extremamen­te gentil vendo que aquilo não era o meu sonho, fez tudo para que eu amasse. Ele organizou o casamento inteiro. Eu quase não participei de nada e ele fez tudo para que fosse incrível. Então ali já começou a ser muito especial.

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DANILO BORGES

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