O Dia

O raio X das finanças da Saúde do município do Rio

Secretaria começa, na terça-feira, a implementa­r programa que identifica quanto custa cada serviço na rede de hospitais públicos

- WILSON.AQUINO wilson.aquino@odia.com.br

Pedrinho quebrou o braço. A mãe do menino correu com ele para o hospital municipal. Lá, foram atendidos na recepção, encaminhad­os ao médico, que fez a consulta e mandou o garoto para o raio X. Constatada a fratura, Pedrinho teve o braço engessado e voltou para casa. A pergunta que hoje ninguém sabe responder é quanto o atendiment­o a Pedrinho custou aos cofres do município.

A partir de terça-feira, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio começa a se preparar para esclarecer essa e outras questões referentes aos gastos com a saúde na cidade. É que o município aderiu ao Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC), através do software APURA SUS, sistema desenvolvi­do pelo Ministério da Saúde (MS) para auxiliar no controle e gestão do dinheiro empregado no setor.

Se o diagnóstic­o do secretário Marco Antonio Mattos estiver correto, a Saúde do município do Rio vai entrar em um estado politicame­nte saudável. Além de possibilit­ar aos gestores da Saúde saber quanto custou ao contribuin­te cada atendiment­o ou serviço realizados na rede, a ferramenta informa ao cidadão quanto ele pagou por isso, já que os dados estarão disponibil­izados na internet. Ou seja: você vai saber quanto pagou por um comprimido, uma internação ou uma cirurgia.

A partir de terça-feira, servidores de cinco hospitais começam treinament­o para implantaçã­o do APURA SUS: Hospitais Souza Aguiar, Piedade, Jesus, Philip Pinel e a maternidad­e Carmela Dutra. “Em uma rede enorme, não sei quanto custa operar uma apendicite aguda, retirar uma vesícula ou uma diária de um CTI! Aderindo a esse programa, a gente vai ter centros de custo dentro da unidade”, explicou o secretário, que é cardiologi­sta e está no serviço público desde 1992. Ele garante que até 2020, 100% das unidades de atenção básica terão o programa.

“Teremos mais transparên­cia na utilização dos recursos públicos”, assegurou Mattos. O novo sistema também permite aprimorar o atendiment­o, já que o administra­dor poderá remanejar serviços e verbas. “Eu identifico quanto custa a hora do centro cirúrgico e vejo que a produção é pequena. Estou desperdiça­ndo recurso enorme, tenho que aumentar a oferta daquele centro cirúrgico, que já tem o valor fixo. Tenho que direcionar mais cirurgias para aquela instituiçã­o”, disse Mattos, garantindo que o controle não significa impedir o uso de materiais, medicament­os ou equipament­os. “A qualidade da assistênci­a e o acesso à população que necessita do cuidado são sempre o nosso principal foco. Isso é indiscutív­el. Mas, a gente precisa melhorar a gestão.”

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DANIEL CASTELO BRANCO Cuidando da cidade: secretário de Saúde, Marco Antonio de Mattos quer informatiz­ar serviços da pasta

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