O Dia

Babalorixá atraía multidões a seu centro em Duque de Caxias

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Nascido na pequena Inhambupe, a 153 quilômetro­s de Salvador, Bahia, Joãozinho da Gomeia manifestou sua religiosid­ade quando ele ainda era uma criança. Tornou-se pai de santo, e encarnava o caboclo Pedra Preta. Em território baiano, ele tinha o escritor Jorge Amado como ogã.

Nos anos 1930, foi o primeiro sacerdote masculino a quebrar a hegemonia das matriarcas do candomblé, religiosas que mais se destacavam na mídia e na louvação popular. Virou moda nas ruas de Salvador dizer “vamos no candomblé do João”, na periferia da cidade.

Desde de Salvador, Joãozinho da Gomeia era midiático. A antropólog­a Gisèle Bino

■Cossard, marroquina e casada com diplomata francês, foi a filha de santo mais badalada. Em respeito às suas origens fidalgas, ele a teria ‘raspado’ de forma insuficien­te.

Nos anos de 40, 50 e 60, ele predominou em Caxias, atraindo multidões para seu reduto religioso e usando a magia para resolver problemas dos ricos. Em 19 de março de 1971, quando faleceu, em São Paulo, uma tempestade desabou em Caxias. O corpo saiu da capital paulista e quando chegou em Caxias cinco mil pessoas se aglomerava­m para despedida. No cemitério, o caixão foi levado por várias mãos numa corrente de força até a sepultura.

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DIVULGAÇÃO Nascido na Bahia, Gomeia se tornou mito em Duque de Caxias

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