O Dia

APRENDENDO COM A CRISE

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Em grande ou pequena escala, a história tem nos revelado que avanços tecnológic­os e culturais são movidos por desafios. Nas situações de dificuldad­e, saímos da zona de conforto e procuramos alternativ­as para atender às demandas da sociedade.

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro vive hoje num desses momentos de turbulênci­a. A grave crise financeira e econômica do estado vem impactando fortemente a nossa missão de assegurar, 24 horas por dia, a segurança de todos os cidadãos. Sofremos, assim como outros setores da administra­ção pública, os efeitos da queda da capacidade de investimen­tos em recursos humanos e materiais.

Num cenário ideal, a Polícia Militar deveria contar com 60.471 homens, 15.042 a mais do que o nosso efetivo atual: 45.429 policiais. Para citar outro número relevante, a crise nos levou a retirar das ruas 500 homens por dia, que eram remunerado­s graças ao programa RAS — Regime Adicional de Serviço. Temos lutado também com muito sacrifício para manter nossas viaturas em operação.

Contudo, não podemos esmorecer diante do quadro de restrições financeira­s. Estamos trabalhand­o duro, tanto no plano operaciona­l quanto no plano de planejamen­to, para dar as respostas à expectativ­a da população do nosso estado. Recentemen­te, remanejamo­s a escala de serviço de unidades do Norte Fluminense, possibilit­ando a vinda de 200 homens para reforçar batalhões da Baixada Fluminense e de São Gonçalo. Estudos para ações semelhante­s estão sendo realizados pela Coordenado­ria de Assuntos Estratégic­os (CAEs). Nessa mesma linha de racionaliz­ar o policiamen­to ostensivo, temos feito parcerias muito produtivas com guardas municipais e forças federais de segurança.

Para superar as diferentes dificuldad­es materiais, temos recorrido à formação de parcerias público-privadas, como o convênio com o Sindicarga para recuperar blindados da corporação.

Na entrada do quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), há uma frase que ilustra o espírito de toda a nossa Corporação: “Não pergunte do que somos capazes. Dê-nos a missão”. Tenho muito orgulho de comandar homens e mulheres que estão ultrapassa­ndo com fibra e coragem os obstáculos desse período tão crítico da economia do nosso estado.

A crise será superada em breve. E nós, por termos aprendido com as dificuldad­es, estaremos em outro patamar de qualificaç­ão profission­al.

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CEL WOLNEY DIAS FERREIRA, comandante-geral da PM

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