UMA JOVEM BAILARINA EM BUSCA DE SEU DOCE SONHO
‘Plié’, ‘Jeté’, ‘Tendu’. Palavras que Amanda Matos, de 20 anos, moradora de Mesquita, aprendeu desde cedo quando deu seus primeiros passos no balé, aos 7. A bailarina está prestes a realizar um sonho: foi selecionada para estudar durante um mês na Central Florida Ballet, em Orlando, nos Estados Unidos. Para realizar este sonho e vencer a falta de grana para a viagem, ela começou a vender brigadeiro no trem, no ramal de Japeri.
“Eu sempre quis estudar fora, mas sabia que seria na hora certa e tinha a consciência que a minha família não teria condições financeiras. Sinto que a hora é agora, é o meu momento e resolvi correr atrás”, afirma Amanda.
A ideia da venda de brigadeiros nos trens veio da mãe, Maria Célia. Os docinhos são feitos todos os dias à noite quando chega em casa, após se dividir entre as aulas de dança, a faculdade e os ensaios. São de 50 a 100 unidades por dia, vendidos a R$ 1 cada. “No início tive medo porque a maioria dos ambulantes que trabalha no trem é homem. Mas já me acostumei”.
Nos vagões, Amanda anuncia seu produto e conta porque está vendendo brigadeiro. Apesar de o chocolate ser o queridinho da maioria dos passageiros, é pela história que eles acabam comprando. “É apenas um real que vai colaborar para algo maior. Compraria ainda que eu odiasse brigadeiro”, brinca Laura Souza, 26.
O brigadeiro não foi a única tentativa de Amanda. No Carnaval ela foi pra rua maquiar foliões. No entanto, rendeu apenas R$ 250. Como professora de balé clássico, jazz, zumba e dança do ventre a bailarina consegue ajudar no orçamento da viagem. “É mais uma ajuda de custo, mas já ajuda”.
Só com a venda dos docinhos já conseguiu juntar pouco mais de R$ 1 mil, o que possibilitou pagar as despesas com passaporte e visto. Ela já ganhou as passagens de ida e volta, mas precisa juntar uma média de R$ 6 mil para financiar sua estadia, transporte diário e alimentação.
VAQUINHA ONLINE
Para dar uma ‘reforçada’ no cofrinho a bailarina está fazendo uma vaquinha virtual. Até agora conseguiu metade da quantia necessária. Quem quiser ajudar é só procurar por #MandynaFlorida, no site https://www.vakinha.com.br/. A campanha vai até 7 de julho. “Não sei o que levar, nem onde vai ficar. Não tem nada certo ainda. A única coisa que eu sei é que vou, sei que conseguirei”.
Sempre quis estudar fora, mas não tinha condições. Sinto que a hora é agora, é o meu momento e resolvi correr atrás Amanda Matos