Luta pela formalização da Economia Solidária
Governo estadual lançou, na sexta-feira, plano para mapear o setor. Ideia é fortalecer alternativa de geração de trabalho e renda com inclusão social
Um espaço cultural no Morro do Vidigal, na Zona Sul do Rio, que oferece bolsas, roupas, sapatos e acessórios em um bazar na comunidade. Uma moradora da Cidade de Deus, que passou a garantir o sustento da família vendendo produtos derivados de massa. Histórias assim passam a ser impactadas pelo Plano Estadual de Economia Solidária do Rio de Janeiro (PEES-RJ), lançado na sexta-feira no Theatro Municipal do Rio. O documento vai permitir o mapeamento, cadastramento do perfil e de integrantes do programa no estado do Rio, o 5º maior em registro de empreendimentos no país.
Mais de 700 pessoas estiveram no lançamento, em parceria das secretarias estadual de Trabalho e Renda (Setrab), de Cultura e de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A ação também envolve o Fórum Estadual de Economia Solidária e a Frente Parlamentar em Defesa da Economia Popular Solidária da ALERJ.
Em meio ao lançamento do programa, estava Laudelina de Oliveira, de 58 anos, a moradora da Cidade de Deus citada no começo da reportagem, que integra o Projeto Rio com Sol. “Graças ao projeto, sou uma mulher completa, qualificada e empreendedora. É com isso que garanto o sustento da minha família”, afirma.
O secretário Milton Rattes, da Setrab, acredita que o programa será fundamental para a retomada do crescimento no estado do Rio. “A Economia Solidária surge como uma força ainda maior. E vamos, juntos, a partir do plano, fazê-la crescer cada vez mais”, garante.
A Economia Solidária oferece uma alternativa de geração de trabalho e renda com inclusão social.
A ação vai promover práticas econômicas organizadas em cooperativas, associações e redes de cooperação. A ideia é gerar alternativa de trabalho e distribuição de renda, com crescimento da economia e cuidados, também, na relação com o meio ambiente.
TRABALHO CRIATIVO
Como consequência desses movimentos, o mercado de trabalho criativo avançou. A participação do setor alcançou 2,8% do total de empreendimentos formais brasileiros em 2016 (em 2013, esse índice foi de 1,7%). Hoje, há 1.343 empreendimentos registrados no estado.
Em novembro do ano passado, a Setrab e a Secretaria Nacional de Economia Solidária deram início ao projeto que possibilitará ao estado do Rio a criação do Mercado Público de Economia Solidária do Rio. Equipes de técnicos da secretaria já trabalham no projeto, com base em dois convênios que totalizam R$ 3 milhões, para implantação do mercado.
O plano foi concluído e publicado no Diário Oficial do Estado (DORJ) em 14 de setembro do ano passado e tem suas bases dirigidas à sociedade civil.